No dia 30 de junho foi publicada uma portaria no “Diário da República” que dava conta de uma comparticipação de 100 por cento do Estado nos testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional. A medida entrou em vigor no dia seguinte, porém as farmácias demoraram a aderir por não terem as diretrizes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para saber como seriam comparticipados esses mesmos testes.
Na Guarda, são quatro as farmácias que realizam estes testes antigénio gratuitos para a população, no entanto, apenas a Farmácia Tavares o faz desde o início do mês. «Já fazíamos testes rápidos de antigénio, no entanto fomos a primeira farmácia a aderir a esta comparticipação do Estado porque consideramo-nos agentes de saúde pública e é uma mais-valia para a população», adianta Alexandra Marques, farmacêutica-adjunta e temporariamente responsável da farmácia. «Sinceramente foi um risco que corremos, pois não sabíamos como íamos faturar os 10 euros de comparticipação que o Governo dá aos estabelecimentos aderentes», acrescentou.
Isto porque, devido a um erro informático do Ministério da Saúde, as farmácias não tinham como comparticipar os testes e, consequentemente, recuperar o dinheiro que investiam. Só a partir da passada quinta-feira foi possível começar a faturar. «Nós investimos na aquisição dos testes, porque a ajuda que o Estado dá é no limite para o material e para a aquisição do teste. Ou seja, não estamos a fazer isto com um fim lucrativo, mas sim porque achamos que é uma mais-valia para a cidade, para a sociedade e para reforçar uma vez mais o papel da farmácia», justifica Alexandra Marques a O INTERIOR.
As Farmácia da Sé, Moderna e Rego são os outros três locais onde é possível realizar este teste de forma gratuita, tendo o utente de cumprir alguns requisitos. É que estão excluídos da comparticipação os cidadãos que tenham a vacinação completa há pelo menos 14 dias, quem esteve infetado há menos de seis meses e as crianças com menos de 12 anos. Já cada utente só está autorizado a realizar um máximo de quatro testes por mês. «O utente só tem que assinar uma declaração conforme cumpre estes requisitos. O formulário é específico do SNS, identificando o utente e onde o mesmo declara sob compromisso de honra que cumpre essas quatro regras», refere Raquel Andrade, diretora técnica da Farmácia Moderna.
Até esta segunda-feira já tinham sido realizados cerca de 630 testes na Guarda ao abrigo deste protocolo: 350 na Farmácia Tavares, 200 na Farmácia da Sé e 80 na Farmácia Moderna. Maria João Grilo, diretora técnica da Farmácia da Sé, confirma que «as pessoas têm feito muitos testes, independentemente da comparticipação», enquanto Alexandra Marques declara que as novas medidas impostas recentemente pelo Governo fizeram com que a procura crescesse significativamente: «Ter que apresentar um teste negativo no “check-in” do hotel, na entrada de um restaurante num concelho de risco ou no acesso aos eventos, casamentos e batizados fizeram com que a procura disparasse», afirma a responsável. A marcação dos testes está a ser feita antecipadamente e o certificado digital tem uma validade de 48 horas. Esta medida do Governo estará em vigor até ao fim deste mês, podendo ser renovada consoante a evolução da pandemia em Portugal.
Até esta segunda-feira, para além das quatro farmácias na cidade da Guarda, estavam registadas como aderentes no site do Infarmed, mais dez farmácias da região: a Nova em Celorico da Beira; a Bordalo em Figueira de Castelo Rodrigo; Central no Sabugal; a Gandarez, Manaia, Melo, Paranhense e Sena em Seia; a Vale de Prazeres no Fundão; e a São Cosme na Covilhã.
Aumenta procura de testes gratuitos à Covid-19 nas farmácias da Guarda
Até segunda-feira tinham sido realizados cerca de 630 testes comparticipados pelo Estado
nas três farmácias aderentes da cidade mais alta.