Vários postos de abastecimento de combustível da Guarda e da região ficaram sem gasóleo ou gasolina simples na semana passada por causa da greve de três dias dos motoristas de matérias perigosas.
A paralisação teve início à meia noite de dia 15 e terminou na quinta-feira com o acordo alcançado entre o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM). Pelo meio houve filas de automobilistas para abastecer e bombas de gasolina encerradas por falta de combustível em diversos pontos das Beiras e Serra da Estrela. A greve por tempo indeterminado tinha sido convocada pelo SNMMP para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. Na quinta-feira, com o país em pânico, as partes acordaram sentar-se à mesa na próxima segunda-feira e iniciarem o processo negocial até ao fim do ano. Numa declaração aos jornalistas, Pedro Nuno Santos, ministro do Planeamento e Infraestruturas, adiantou que «a normalização» do abastecimento será gradual.
No caso da Guarda, a situação foi resolvida durante o fim de semana da Páscoa e na segunda-feira já não havia registo de postos sem qualquer um dos combustíveis. Pedro Pardal Henriques, advogado, falou também em representação do sindicato dos motoristas de matérias perigosas, congratulou-se com a conclusão da greve. «Foram 72 horas duras», admitiu, acrescentando que o facto de se ter chegado a uma solução de forma rápida foi «um feito histórico». O responsável explicou que terão agora início as negociações com a ANTRAM sob supervisão do governo e que o objetivo é fechar um acordo coletivo de trabalho até ao final do ano. Já a greve foi desconvocada por dois motivos: a garantia de ANTRAM e Governo de dar início à negociação do contrato coletivo de trabalho e também o facto de ter sido prometido pelas partes um desfecho até ao final do ano.