Sociedade

Circular na A23 e A25 já custa mais 4,9 por cento

Dsc 7700
Escrito por Efigénia Marques

Plataforma Pl’a Reposição das SCUT vai organizar «uma embaixada» da Beira Interior a Lisboa no dia 25 de fevereiro para reivindicar o fim das portagens nas autoestradas que atravessam a região

As portagens subiram 4,9 por cento no início do ano novo depois do Presidente da República ter promulgado o diploma do Governo que estabelece o aumento das taxas cobradas para se circular nas autoestradas.
Segundo uma nota publicada na página da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa validou a decisão governamental que estabelece «um regime excecional de atualização das tarifas e taxas de portagem para o ano de 2023 e procede à atribuição de um apoio à utilização de autoestradas e pontes concessionadas sujeitas ao regime de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores». Tendo em conta a inflação, o aumento poderia chegar aos 10,5 por cento, mas o Governo travou esta subida e dividiu “o mal pelas aldeias”. Assim, desde domingo, dia 1 de janeiro, que as portagens custam mais 4,9 por cento, aumento que será suportado pelos utilizadores das autoestradas. Acima deste valor, 2,8 por cento serão assumidos pelo Estado e o remanescente, até 9,5 ou 10,5 por cento, será um encargo das concessionárias.
Para Luís Garra, porta-voz da Plataforma Pl’a Reposição das SCUT A23, A24 e A25, esta opção não beneficia os utentes das autoestradas. «O Governo não cumpre os compromissos que assume e isto é mais uma forma de encher os bolsos às concessionárias e tirar aos habitantes da nossa região», considera o sindicalista, recordando que a Plataforma tentou agendar, sem sucesso, uma reunião com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa; com o antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e com o ministro das Finanças, Fernando Medina. «A ministra Ana Abrunhosa comprometeu-se a reunir connosco em dezembro para nos comunicar qual a medida que iria adotar. Entretanto, veio dizer que no primeiro trimestre de 2023 haveria uma redução do preço a pagar nas portagens e que isso viria acompanhado de um plano de mobilidade para o interior. Ora, ainda não o fizeram nem voltaram a falar nesse plano», critica Luís Garra.
O porta-voz do movimento de cidadãos e empresários que contesta a introdução de portagens na A23 e A25 aguarda agora pelo cumprimento «dessa promessa», mas insiste que a Plataforma não abdica «da reposição das SCUT através da abolição das portagens». O dirigente diz mesmo com ironia que «até estamos em linha com a promessa de António Costa em 2015. Quem está a atraiçoar o prometido é o primeiro-ministro». Entretanto, como nada muda nesta matéria, está agendada para 25 de fevereiro a realização de «uma embaixada» da Beira Interior a Lisboa para reivindicar o fim das portagens nas autoestradas que atravessam a região. «O Governo tem que dizer urgentemente o que vai fazer. Até lá, temos que engrossar a luta porque estamos perante um primeiro-ministro que mente, não cumpre as promessas, e eles só conhecem a linguagem da força», sublinha Luís Garra.

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Efigénia Marques

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