Sociedade

CEI premeia estudos sobre regresso dos jovens ao interior e trabalhadores remotos

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Escrito por Efigénia Marques

Investigadores Sofia Marques da Silva, da Universidade do Porto, e João Almeida, bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia, investigaram «dois temas atuais e oportunos» para o desenvolvimento dos territórios de baixa densidade

O regresso de jovens aos territórios de baixa densidade após concluírem o ensino superior e a criação de comunidades de acolhimento a trabalhadores remotos foram os projetos vencedores do Prémio CEI –Investigação, Inovação e Território 2021. O galardão foi entregue na sexta-feira a Sofia Marques da Silva, docente e investigadora da Universidade do Porto, e a João Almeida, bolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia na Universidade de Aveiro.
Com o trabalho “Jovens que regressam: motivações para voltar e investir as suas vidas em regiões de baixa densidade após formação no Ensino Superior”, Sofia Marques da Silva (ver entrevista na página 2) afirmou que o objetivo é «perceber algumas das razões que levam os jovens das regiões do interior a regressar às origens após obterem formação académica fora». A investigadora revelou algumas das conclusões, como «a continuidade de laços sociais e afetivos», bem como «o sentimento de pertença às suas regiões» e por surgirem «novos valores» associados ao interior, como «a qualidade de vida, o bem-estar, a segurança ou a proximidade e não só questões económicas», além da possibilidade proporcionada pelo trabalho à distância.
Por sua vez, João Almeida venceu o galardão com o trabalho “Rural (Soft) Landing – Criação de comunidades de acolhimento a trabalhadores remotos em territórios de baixa densidade”. Trata-se de um projeto que pretende «melhorar ainda mais» a rede informal de atores locais «que apoiem as pessoas que se queiram mudar para um território do interior». Até agora, a associação Rural Move, da qual é coordenador, já ajudou mais de 20 pessoas a mudarem-se para o interior e prestou mais de 100 apoios, por exemplo, para a criação de projetos. Na região, o projeto conta já com a parceria das Câmaras do Fundão e Manteigas, tendo ainda parceiros locais no Sabugal, Trancoso e Serra da Estrela. Instituído em 2017, o Prémio CEI-IIT foi criado com o objetivo de distinguir trabalhos, projetos de investigação e outras iniciativas que revistam uma dimensão inovadora, contribuam para divulgar estudos, experiências e boas práticas que concorram para reforçar a coesão, a cooperação e a competitividade dos territórios fronteiriços e de baixa densidade.
Na cerimónia, Amélia Fernandes, vice-presidente da Câmara da Guarda, afirmou que «a cultura e o conhecimento são bases do desenvolvimento social», pelo que este prémio «incentiva novas valias e abordagens territoriais inovadoras, distinguindo investigadores e atores que apostam num justo equilíbrio entre investigação e ação, ou seja, entre o pensar e o fazer». Os galardoados receberam, cada um, o prémio pecuniário de 1.750 euros, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), que tem sede na Guarda. Na sessão também intervieram o vice-presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Manuel Salgado, Maria Isabel, em representação da Universidade de Salamanca (Espanha), e Rui Jacinto, que representa a Universidade de Coimbra no CEI.

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Efigénia Marques

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