Sociedade

Carolina Teixeira recebeu Prémio José Pinto Peixoto

Pinto Peixoto
Escrito por Efigénia Marques

Aluna de Bragança concluiu o secundário no ano letivo de 2022-2023 com uma média final de 20 valores e também de 20 valores como nota de ingresso no ensino superior

Carolina Teixeira recebeu o Prémio Nacional Prof. Doutor José Pinto Peixoto no passado 16 de dezembro, numa cerimónia realizada na Casa de Cultura homónima na Miuzela do Côa (Almeida), de onde era natural o cientista.
A aluna do Agrupamento de Escolas Abade de Baçal, em Bragança, concluiu o secundário no ano letivo de 2022-2023 com uma média final de 20 valores e também de 20 valores como nota de ingresso no ensino superior. A vencedora recebeu um valor pecuniário de mil euros e respetivo diploma. No seu discurso, Carolina Teixeira enalteceu a figura de José Pinto Peixoto e disse-se «emocionada, orgulhosa e entusiasmada» por receber o prémio. Por sua vez, Francisco Beirão, presidente da Casa de Cultura, lembrou que 13 das 16 edições do galardão já realizadas foram ganhas por alunos maioritariamente do ensino público, sendo que apenas três eram oriundos do privado. O responsável destacou também o facto de 11 dos vencedores serem raparigas, tendo apenas sido distinguidos cinco rapazes até agora.
Já Fernando Carvalho Rodrigues, cientista e antigo aluno de Pinto Peixoto na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, começou por lembrar que o seu então professor ensinava «ao mais alto nível de abstração, coisas que se revelam e revelaram os princípios e os fundamentos sobre os quais se erige o universo». E que as ensinava aos seus alunos e a pessoas como Vitorino Nemésio, em longas conversas informais na Academia das Ciências. «Por isso é que, além de poeta dos computadores e do DNA, Nemésio é também o poeta da entropia, qualidades que fazem dele o maior poeta da ciência em Portugal (Rómulo de Carvalho é o maior poeta da ciência clássica)», afirmou.
Dirigindo-se depois a Carolina Teixeira, Carvalho Rodrigues afirmou que «como vai estar numa área em que pode fazer o que quiser, não fique sempre no mesmo sítio. Essa é que é a medida do sucesso profissional. O melhor para o mundo é que sejamos livres. E para o sermos, é preciso ter muita competência. Essa liberdade conquista-se com saber!». O cientista Carvalho Rodrigues prosseguiu dizendo que a galardoada vai fazer parte «da senda que foi aberta por um grupo de homens, como o professor Pinto Peixoto. Vai ter a responsabilidade de contribuir para que ele, esteja onde estiver, se possa orgulhar por nos ter deixado este conhecimento. E por ter nascido nos ‘fundilhos’ de Portugal. E, depois, ser o farol do mundo que é o que a Carolina vai ser».
A sessão foi encerrada pelo presidente da Câmara de Almeida.
António José Machado garantiu que a Casa de Cultura poderá «contar sempre» com a colaboração do município nas suas atividades porque «têm feito as coisas bem e ajudam-nos a elevar o nome de Almeida de cada vez que há um encontro ou que os replicamos fora do concelho». No final ficou o desafio dos promotores fazerem «crescer ainda mais o prémio e podermos também incentivar alguns alunos a crescerem na vida académica».

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Efigénia Marques

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