Sociedade

Carlos Pinto contesta venda de lotes para moradias junto ao “Data Center”

Escrito por Jornal O Interior

Ex-autarca da Covilhã acusa Câmara de por em causa «futuro “campus” de empresas de tecnologia e serviços»

A venda de lotes para construção de moradias junto ao “Data Center” da Covilhã, aprovada na reunião de Câmara de 27 de junho, está a gerar discórdia. A decisão já foi contestada pelo vereador Carlos Pinto, do Movimento “De Novo Covilhã”, para quem esta operação «é lesiva dos superiores interesses do município quanto à destruição de uma área destinada a empresas e emprego».
Em comunicado enviado a O INTERIOR, o eleito da oposição e antigo presidente da autarquia, denuncia que os terrenos em causa estão avaliados, «para efeitos tributários, em 6.187.440 euros e vão ser postos em hasta pública com uma base de licitação de cerca de 2 milhões de euros». Carlos Pinto alerta ainda que a venda destes 36 lotes coloca em risco «a segurança máxima atribuída» ao “Data Center”, «o futuro de um “campus” de empresas de tecnologias e serviços» e a construção dos restantes três blocos de alojamento de dados, «previstos por contrato com a PT/ Altice, num investimento de mais de 300 milhões de euros». O vereador do Movimento “De Novo Covilhã” acrescenta que «tudo se fará para impedir este crime municipal que compromete o futuro do concelho e do investimento da Altice e dos 400 empregos ali existentes».
De resto, Carlos Pinto anuncia que irá denunciar o caso à Inspeção-Geral de Finanças e ao Tribunal de Contas, bem como ao Ministério Público. Confrontado com estas acusações, Vítor Pereira, presidente do município, acusa o eleito da oposição de criar «narrativas em que a ficção se sobrepõe sempre à realidade» e lembra que a questão foi «amplamente debatida por todos os vereadores» na referida reunião, à qual «o vereador Carlos Pinto faltou e não se fez representar». Quanto à intenção de alienar 36 lotes junto ao “Data Center”, o autarca socialista garante que a expansão da Altice está assegurada «nos terrenos que a empresa já detém» e que continuam «a estar disponíveis 121.000 metros quadrados para comércio, serviços, habitação e indústria compatível com a habitação, tal como prevê o Plano de Urbanização da Grande Covilhã».
A resposta não satisfez Carlos Pinto, que voltou novamente à carga em novo comunicado para dizer que as suas dúvidas não foram esclarecidas. «Por que razão a Câmara decidiu fazer de um parque que nasceu para acolher empresas – próximo de uma grande e única infraestrutura tecnológica – lotes para moradias», insistiu o ex-autarca social-democrata.

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