Sociedade

Câmara da Guarda desconhece se documentos destruídos na ULS são da autarquia

Escrito por Jornal O Interior

Aberto processo disciplinar para apurar «os factos imputados» à antiga secretária de Álvaro Amaro, cuja mãe foi apanhada a destruir documentos da Câmara na ULS

A Câmara da Guarda não sabe se os documentos que a mãe da antiga secretária de Álvaro Amaro destruiu nas instalações da Unidade Local de Saúde são da autarquia. Para o confirmar, o município determinou a abertura de um processo disciplinar para «apurar os factos imputados» nas notícias à funcionária.
«O que sabemos é o que foi veiculado na comunicação social, desconhecemos em absoluto tudo o resto porque oficialmente não temos informação de que esses documentos sejam da Câmara da Guarda», disse a O INTERIOR o presidente do município. Carlos Chaves Monteiro garante que «não temos nada a temer, os contratos estão na Câmara, nenhum documento oficial foi destruído, jamais». O edil nega que tenha havido «precipitação» da autarquia na abertura do processo disciplinar, que se justifica para «averiguar se a notícia é verosímil» e porque «a Câmara é uma entidade de boa-fé cujo bom nome foi posto em causa nos media nacionais». Chaves Monteiro adianta que o instrutor do procedimento já foi nomeado e que as conclusões do inquérito poderão ter «implicações na organização interna dos serviços».
O presidente guardense promete divulgar os resultados desde que não sejam abrangidos pelo segredo de justiça. O que é certo é que «agiremos em conformidade com essas conclusões na matéria que nos diz respeito», acrescenta Carlos Chaves Monteiro. Na sexta-feira, a SIC e o “Jornal de Notícias” noticiaram que a mãe de uma antiga secretária de Álvaro Amaro na autarquia, Catarina Paixão, tinha sido apanhada a destruir documentos da Câmara nas instalações da ULS guardense, onde trabalha. A chefe do serviço da funcionária deu conta da «eliminação massiva» de papéis na trituradora e quando se apercebeu que eram alheios à instituição de saúde reportou o caso à administração, que chamou a Polícia Judiciária. A PJ conseguiu recuperar os pedaços de papel dos documentos que estavam a ser destruídos e admite que possam ser contratos e troca de correspondência.
O JN adianta que a pessoa em causa ainda não foi interrogada, sendo suspeita de eventual destruição de provas e obstrução à justiça. Recorde-se que Álvaro Amaro, atualmente eurodeputado do PSD, está a ser investigado e é arguido por suspeita de crimes, incluindo corrupção, no caso “Rota Final”, que envolve a Transdev. No sábado, o município reagiu ao caso em comunicado para dizer que seria aberto «de imediato» um processo disciplinar para «o apuramento dos factos imputados à trabalhadora visada» nas notícias. A Câmara acrescenta que a trabalhadora em causa «não exerce funções de secretária do antigo presidente Álvaro Amaro há cerca de dois anos, o que contraria o que foi alegado na notícia» da SIC. E repudia «veementemente a forma como a notícia foi veiculada, levantando suspeições relativamente a factos que o município desconhece na sua totalidade e que se vê, deste modo, lesado na honra, consideração, bom nome e honorabilidade».

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