Sociedade

Câmara da Guarda adjudica obras na EB de São Miguel

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Escrito por Jornal O INTERIOR

Executivo aprovou também a cedência de 36 mil metros quadrados à Sodecia para instalação do centro de investigação e desenvolvimento do grupo e de uma nova linha de produção

A Câmara da Guarda adjudicou à Edibeiras a empreitada de requalificação do Centro Escolar de São Miguel, pelo valor de 2,3 milhões de euros.
As obras destinam-se a reabilitar os edifícios daquele estabelecimento de ensino básico que serve a zona da Estação e bairros limítrofes para «dar melhores condições à comunidade educativa», disse o presidente do município. Os trabalhos consistirão na melhoria das instalações em termos de conforto térmico e funcionalidade do espaço, bem como na requalificação das salas de aula, refeitório, campo de jogos e espaços comuns. Atualmente, a EB de São Miguel acolhe turmas de 2º e 3º ciclos e, com esta intervenção, será criado um novo Centro Escolar na cidade que permitirá abranger os níveis de ensino desde o pré-escolar até ao 3º ciclo (9º ano). A autarquia justifica a intervenção recordando que a Carta Educativa do município refere «a integração da população de algumas escolas do concelho que não possuem condições, aliada à diminuição da população escolar nesses equipamentos, precisamente na Escola Básica de S. Miguel».
No final da reunião quinzenal do executivo, Carlos Chaves Monteiro adiantou que o prazo de execução dos trabalhos é de 580 dias (ano e meio), pelo que os alunos serão transferidos para outras escolas da zona, nomeadamente para o Centro Escolar da Sequeira, durante a empreitada. O presidente da autarquia afirmou ainda que, com este projeto, «estamos a recuperar o tempo perdido» nesta área, tendo lembrado que a intervenção ainda não garantiu todo o cofinanciamento necessário: «O investimento é de pouco mais de 2,3 milhões de euros e atualmente temos aprovados 500 mil euros, pelo que há mais candidaturas para aprovar e precisamos de mostrar execução física da obra para obter mais fundos comunitários».
Nesta sessão, o executivo aprovou por maioria, com a abstenção dos eleitos do PS e de Sérgio Costa – este último, por não estar especificado o número de postos de trabalho a criar, a proposta de constituição do direito de superfície numa área com 36 mil metros quadrados a favor da Sodecia, por um período de 50 anos, renovável por mais 20 anos. O espaço contíguo ao parque industrial vai acolher o centro de investigação e desenvolvimento do grupo, que terá de ficar pronto em abril de 2022, bem como uma nova linha de produção para um projeto da Volkswagen. Dois projetos que a fábrica da Guarda de componentes para automóveis disputou com outras quatro cidades do México, China e República Checa. Esta ampliação permitirá criar mais de 200 novos postos de trabalho.
Para Sérgio Costa, perante as condições oferecidas à multinacional, o município deve agora «compensar todas as empresas instaladas no concelho ao longo dos anos, de forma a promover a equidade e a transparência das relações institucionais entre município e empresas». Na resposta, o presidente da Câmara desvalorizou o assunto, afirmando que o importante é «dar as condições essenciais para as empresas alargarem o seu ramo de negócio e proteger o interesse público. Outros parecem não querer que a Guarda cresça e continuam agarrados ao passado». Chaves Monteiro adiantou que a Sodecia vai pagar uma renda anual à Câmara de 1.418 euros e confirmou que o projeto contempla uma área desportiva para os funcionários.
A sessão ficou ainda marcada por alguma exaltação entre Sérgio Costa e Chaves Monteiro. Tudo porque o vereador independente alega que o presidente da autarquia não o deixou votar a proposta de pagamento suplementar de 37 mil euros à empresa fiscalizadora dos Passadiços do Mondego, por causa do atraso da obra. «O senhor presidente votou, mas não me deixou votar a mim, isso está gravado», disse Sérgio Costa. Uma versão refutada pelo edil, para quem «o vereador não disse o seu sentido de voto, pelo que aprovei o ponto por maioria e passei ao ponto seguinte, que aquele senhor vereador também não votou, apesar da minha insistência».

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