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Bairro Comercial Digital abre “novo ciclo” para a economia da Guarda

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Escrito por ointerior

Projeto foi apresentado durante a jornada que o município dedicou à inovação e à tecnologia, em que foram visitadas empresas e divulgados projetos

O projeto “Bairro Comercial Digital Guarda – Zona Alta” foi apresentado na passada segunda-feira, e, segundo o presidente do município, Sérgio Costa, vai «modernizar a forma como se faz comércio» na cidade mais alta. Com um financiamento da ordem do milhão de euros do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, a intervenção foi candidatada pelo consórcio formado pela autarquia e a Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA).
«A sua implementação marca um novo ciclo na economia local e no comércio da cidade porque vai ajudar os nossos empresários a adaptarem-se às novas realidades digitais», disse Sérgio Costa. O “Bairro Comercial Digital Guarda – Zona Alta” foi apresentado no âmbito de uma jornada de trabalho que o município dedicou à inovação e à tecnologia e que contou com a presença do secretário de Estado da Modernização e Digitalização, Alberto Rodrigues da Silva. A iniciativa destina-se a dinamizar cerca de 400 estabelecimentos de comércio, serviços e restauração no centro histórico da Guarda através das novas tecnologias e da digitalização das transações comerciais. Segundo António Pereira, gestor do projeto, o objetivo da sua implementação é «dar mais visibilidade e proporcionar mais vendas» ao comércio local da cidade.
“Vamos ter duas plataformas superintuitivas, o “Marketplace” e o “Mercado do Bairro”, onde os comerciantes e empresários da Guarda vão poder divulgar, promover e vender os seus produtos», disse. O projeto inclui também a instalação de ‘Wi-Fi’ gratuito no centro da Guarda, um sistema de estacionamento inteligente que permite «saber onde há lugar para deixar o carro» e ações de formação em marketing e empreendedorismo digital, bem como em comércio eletrónico. Para Nuno Santos, membro da direção do NERGA, trata-se de «introduzir tecnologias digitais nas operações diárias dos comerciantes», o que vai gerar benefícios como «o acesso a novos mercados, mais competitividade e melhor conhecimento dos clientes e das tendências dos consumidores».
«A digitalização é uma necessidade para o comércio moderno e para alavancar os modelos de negócio», considerou o empresário guardense. Uma opinião partilhada pelo presidente do município, para quem «é fundamental que os empresários da Guarda possam competir em igualdade de condições com os comerciantes dos grandes centros urbanos». «O “Bairro Comercial Digital Guarda – Zona Alta” vai impulsionar um novo ecossistema para os nossos comerciantes e modernizar a forma como se faz comércio», considerou o autarca independente. «As nossas estimativas é que, com este projeto, seja possível aumentar em 30 por cento as vendas digitais e em 15 por cento as vendas em loja», realçou Sérgio Costa, adiantando que 60 gestores e 300 colaboradores vão receber formação específica para adaptar os seus negócios ao comércio digital.
Num dia dedicado à inovação e à tecnologia, a comitiva visitou o Espaço Tecnológico, sediado no centro histórico, que acolhe atualmente as empresas NTT Data, TRH e Air Liquide, mas também os escritórios da Loba e da Merkle. A jornada terminou com a inauguração das novas instalações da Noesis, no Edifício Liberal. «Atualmente, há dez empresas da área tecnológica e da consultadoria a trabalhar na Guarda, que empregam 200 pessoas. A perspetiva é chegar aos 300 postos de trabalho no final deste ano», regozijou-se o edil guardense. O secretário de Estado da Modernização e Digitalização também ficou a conhecer o projeto do futuro Centro de Empresas Startup, que vai surgir no primeiro piso do mercado municipal, Já aprovado pelo executivo municipal, o projeto, orçado em pouco mais 1,2 milhões de euros, sem IVA, só vai avançar quando a candidatura ao programa “Portugal 2030” for aprovada. «Será uma área de acolhimento empresarial mais tecnológica para “startups”, mas também para micro, pequenas e médias empresas, que terão aqui todas as condições para desenvolver os seus negócios», disse o presidente da Câmara.
Para Sérgio Costa, «há um novo ecossistema de empreendedorismo e inovação a nascer na Guarda e que queremos transformar num “hub” tecnológico». Por sua vez, o secretário de Estado da Modernização e Digitalização, Alberto Rodrigues da Silva, elogiou esta aposta da Guarda por «aliar a inovação tecnológica, à criação de valor e à fixação de quadros qualificados» no interior. A comitiva também visitou o NERGA e foi conhecer os projetos da área digital em desenvolvimento no Instituto Politécnico. O presidente Joaquim Brigas aproveitou a ocasião para pedir ao governante apoio para a contratação de recursos «altamente qualificados» para a investigação e projetos estratégicos em curso.
Alberto Rodrigues da Silva foi também convidado a participar na VI Conferência Internacional de Cibersegurança, que vai decorrer no IPG em maio. «O Politécnico da Guarda está em linha com as políticas que o Governo está a implementar no país, como os programas de formação digital, a inclusão tecnológica para populações mais vulneráveis e o desenvolvimento de plataformas que facilitam o acesso a serviços públicos digitais», afirmou Joaquim Brigas.

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