Sociedade

Aumentam as queixas dos utentes relativamente ao esquema de vacinação no Pavilhão de S. Miguel

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Escrito por Efigénia Marques

As filas de espera ao frio e a desorganização são os fatores negativos mais apontados pelos utentes

A vacinação volta a ser um dos temas “quentes” da atualidade, e desta vez pelas razões mais negativas. As longas horas de espera ao frio e a falta de organização têm sido as queixas mais frequentes dos utentes que têm de se deslocar ao Pavilhão de S. Miguel, para inocular as vacinas da Gripe e da Covid-19. Uma das utentes que estava na fila de espera, esta segunda-feira, queixou-se do facto de as informações não serem claras para os utentes e de existir uma «grande falta de organização»: «O que se passa aqui é que isto é uma desorganização, eu vim aqui para ser vacinada porque vi na televisão que a minha idade era em casa aberta, e aqui deram outra informação, disseram que eu não podia ser vacinada, e se quisesse ser, tinha de esperar até ao final para ver se tinham vacina para mim». O mesmo aconteceu com uma outra utente, que explica que «não me aceitaram pronto, disseram que era casa aberta a partir dos 65 anos, cheguei aqui e disseram-me que não… Isto está tudo muito mal-organizado, quer dizer estamos aqui a tentar não apanhar o Covid, e eles têm a saída no mesmo sítio por onde se entra».
Também o facto de esperarem largas horas ao frio incomoda a maior parte dos utentes, como explica uma das pessoas que acompanhava a mãe e o pai que iriam ser inoculados com uma das vacinas: «já estou há espera há mais de uma hora, mas isto está muito mal-organizado. A minha mãe tem marcação, ligaram-me a dizer que era às 10:06, mas já não é de hoje… Quer dizer, leva-se a vacina da gripe, para não se apanhar gripe e agora estamos aqui ao frio». Ainda uma das utentes, relativamente a este assunto, refere que «nós também somos gente e acho que podiam por aqui um telheiro, porque se vem aqui uma carga de água, aqui estamos nós, enfim, o nosso Portugal está tudo muito atrasado».
Relativamente ao frio, a autarquia e a ULS tomaram medidas, colocando uma tenda para que as pessoas possam esperar num sítio mais quente, mas ao que parece não é uma solução adotada pelos utentes. O presidente da Câmara, Sérgio Costa, relativamente a este assunto, referiu que já entrou em contacto com a administração da ULS «que disse que as condições estavam garantidas, mas que as pessoas não queriam entrar na tenda com receio de contágio, por isso, pedimos à ULS que sensibilizasse as pessoas, sem embargo de estarmos a estudar outra solução juntamente com a ULS».
Já António Serra, diretor clínico para os Cuidados de Saúde Primários, não quis prestar declarações para já, mas garantiu ao jornal O INTERIOR que está a discutir soluções com a autarquia relativamente a este assunto.
Também o presidente da junta de freguesia da Guarda, João Prata, revela alguma preocupação em relação a este tema, pois «eu pessoalmente enquanto presidente de junta já coloquei à consideração do senhor presidente da Câmara a questão de uma melhor condição para as pessoas idosas que têm de ser vacinadas no Pavilhão de S. Miguel, sendo que recebemos essas queixas na própria junta de freguesia da Guarda e verificámos, pelo menos em relação ao dia de ontem que as condições não eram as melhores, nem eram as mais justas». João Prata disse ainda que foi pedida à junta a cedência de um espaço, «neste caso a Casa do Povo dos Galegos», para que possa ser uma solução para este problema.

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Efigénia Marques

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