Sociedade

Associação “Reencontro” vence prémio Manuel António da Mota

Prémio
Escrito por Efigénia Marques

IPSS de Vila Nova de Tazém, no concelho de Gouveia, desenvolve atividades nas áreas social, educativa e cultural junto de crianças e famílias em situação de vulnerabilidade ou exclusão social

A “Reencontro – Associação Social, Educativa e Cultural”, de Vila Nova de Tazém, no concelho de Gouveia, foi a grande vencedora da 13ª edição do Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros.
Este ano o tema do galardão atribuído pela fundação homónima foi “Portugal Justo” e distinguiu as instituições que se destacaram na luta contra a pobreza e exclusão social, acolhimento e integração de migrantes e refugiados, valorização do interior e coesão territorial, saúde, educação, emprego, apoio à família, inovação e empreendedorismo social, inclusão e transição digital e tecnológica e transição climática. A “Reencontro” trabalha nas áreas social, educativa e cultural junto de crianças e famílias em situação de vulnerabilidade ou exclusão social. Criada em 2010, a IPSS faz esse acompanhamento através de uma equipa multidisciplinar composta por terapeuta da falta, psicólogos, professores de música, desporto e animadores. «Levamos as crianças todas as semanas ao dentista e fazemos também rastreios auditivos e visuais», explica Laura Costa, presidente da direção da associação de Vila Nova de Tazém. O trabalho é desenvolvido diariamente por seis técnicos a tempo inteiro e duas pessoas em regime de prestação de serviços em jardins de infância, escolas do primeiro ciclo e nalgumas Juntas de Freguesia. No total, a “Reencontro” ajuda mais de 300 pessoas.
Laura Costa considera que «qualquer um dos 10 projetos finalistas poderia sair vencedor, porque têm qualidade», mas sublinha o que distingue a associação vilanovense das restantes: «O nosso projeto, além de muito trabalho, também tem muita dedicação, muito empenho e muita emoção», afirma. E é através desses fatores que a “Reencontro” cria condições «para que todas as crianças tenham igualdade de oportunidades, porque vivemos em meios mais rurais em que não é fácil para as famílias acederem a um conjunto de terapias e de consultas que os miúdos possam necessitar. Muitas vezes também não existe o conhecimento da importância da prevenção. Muitos pais não valorizam ou não valorizavam a importância de fazer, por exemplo, uma consulta de dentista para uma criança de 3 anos. Isso é primordial porque ainda conseguimos inverter alguns processos com a intervenção dos técnicos», salienta a responsável.
O valor monetário de 50 mil euros atribuído vem ajudar financeiramente a associação, que neste momento ainda não tem qualquer protocolo com a Segurança Social e, por isso, tem sobrevivido com o trabalho interno feito diariamente, como, por exemplo, alguns projetos em curso «ao abrigo do BPI Rural, já tivemos um projeto BPI Infância e temos também neste momento em desenvolvimento de um projeto do Portugal Inovação Social», explica Laura Costa. A conquista do Prémio Manuel António da Mota traduz-se também em mais visibilidade para a “Reencontro”, que, consequentemente, irá beneficiar de «maior credibilidade» junto da comunidade. «Isso permite que mais mecenas, mais empresas, mais entidades se queiram associar ao nosso trabalho. E depois faz parte do nosso dia-a-dia conseguir alargar as nossas parcerias», acrescenta a responsável.
O Prémio Manuel António da Mota foi criado em 2010 pela Fundação Manuel António da Mota com o objetivo de reconhecer anualmente organizações que se destaquem nos vários domínios de atividade da Fundação. Além da “Reencontro”, foram distinguidos o Centro Humanitário de Tavira da Cruz Vermelha Portuguesa (segundo classificado) e a Associação Pão a Pão (terceiro), que receberam 25.000 e 10.000 euros, respetivamente. Já as sete menções honrosas tiveram direito a 5.000 euros cada.

 

Carina Fernandes

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Efigénia Marques

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