Com esta aliança, a AJTG passa a funcionar como uma «correia de transmissão» ao ser ponto de recolha no distrito de documentos e materiais que ajudem a compreender o passado, a vida cultural social e política da região e do país.
«Esperamos que venha a resultar», disse o presidente da AJTG aos jornalistas no final da apresentação do projeto, na quinta-feira na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), na Guarda. Norberto Gonçalves lança agora o desafio aos habitantes do distrito para que cedam material que tenham em casa, lembrando que «aquilo que não serve para nós pode servir para a “EPHEMERA”». Com sede na vila de Marmeleira (Rio Maior) o “EPHEMERA” tem como objetivo divulgar os espólios, acervos, livros, periódicos, manuscritos, panfletos, fotografias e objetos que pertencem ao arquivo pessoal de José Pacheco Pereira e colocá-los acessíveis a todos os interessados. No entanto, este arquivo tem crescido e já não é apenas um projeto pessoal: «Hoje recolhemos tudo», afirmou o mentor da iniciativa.
Livros, panfletos, fotografias, cartazes, emblemas, “pins”, autocolantes, objetos históricos e culturais, manuscritos, maquetas, desenhos, faixas, uniformes, publicidade, tudo é aceite e devidamente tratado na “EPHEMERA”. Pelo país existem já dez pontos de recolha, que a qualquer momento podem aumentar, pois o objetivo é «cobrir a maior parte de Portugal», adiantou o responsável. Qualquer ponto de recolha vive de voluntários e «a ideia é impedirmos em cada sítio que as coisas vão para o lixo», adiantou Pacheco Pereira, segundo o qual há «uma destruição maciça de centenas de milhares de objetos, panfletos e livros», que, através deste «arquivo informal», pode ser evitada. Para que nada se perca, o historiador acrescenta ainda que «não vale a pena serem as próprias pessoas fazer a seleção», essa tarefa será dos colaboradores do projeto.
O “EPHEMERA” já envolve cerca de 150 voluntários e os interessados em ajudar devem contactar os pontos de recolha. Declinando comparações, Pacheco Pereira considera que este arquivo tem, no entanto, «algumas vantagens», pois os documentos ou objetos são tratados «com maior rapidez» e por isso também não demoram tanto tempo a ser divulgados. «E depois o nosso olhar sobre as coisas não é igual ao dos arquivos tradicionais. Guardamos coisas que os arquivos tradicionais não guardam», acrescenta o responsável. De resto, o trabalho desenvolvido pelo “EPHEMERA” nas campanhas para as autárquicas é um exemplo do tipo de trabalho diferenciador: «Recolhemos todo o material existente, até fotografámos “outdoors”, é uma tarefa gigantesca», assume Pacheco Pereira.
Com a certeza de que já salvou «milhares de documentos», o historiador e comentador procura ainda mais. Relativamente ao distrito da Guarda, diz já ter «algumas coisas», sendo que as mais antigas remetem para o período de 1974. «Nalguns casos fomos nós que recolhemos, noutros foram as pessoas que nos mandaram», revela, adiantando que o objetivo desta iniciativa é sempre «chegar a todos os sítios». Foi já constituída uma associação cultural sem fins lucrativos, denominada Associação Cultural EPHEMERA, com o objetivo de criar uma base institucional ao trabalho desenvolvido. Atualmente, o “EPHEMERA” possui cerca de 23 mil pastas online, com centenas de milhares de documentos, sendo que «todos os dias são publicadas várias páginas, que estão sempre disponíveis para receberem novas publicações», garantiu Pacheco Pereira.
Associação de Jogos Tradicionais associa-se à “EPHEMERA”
A Associação de Jogos Tradicionais da Guarda é a nova aliada do projeto de José Pacheco Pereira “EPHEMERA”, o arquivo e biblioteca pessoal do político e historiador.