Sociedade

Assembleia Municipal da Guarda congratula-se com nomeação de Américo Rodrigues

Escrito por Luís Martins

Deputados também aprovaram um voto de protesto pelas seis vagas atribuídas à Unidade Local de Saúde no último concurso para a carreira médica hospitalar

Votos de protesto e de congratulação, moções e recomendações foi assim a Assembleia Municipal (AM) da Guarda da passada segunda-feira. A sessão de fevereiro durou mais de quatro horas e ficou novamente marcada pelo tema da saúde com o CDS-PP a fazer aprovar por unanimidade um voto de protesto pelo número reduzido de vagas (seis) atribuídas à Unidade Local de Saúde no último concurso para a carreira médica hospitalar.
O documento, que será enviado ao Governo e ao Ministério da Saúde, foi apresentado por Henrique Monteiro, que criticou a «insensibilidade que essa decisão demonstra perante as carências vividas» no Hospital Sousa Martins e que acentuam «ainda mais a discriminação» no acesso aos cuidados de saúde dos residentes no concelho e no distrito. O deputado lembrou as carências de médicos em especialidades como Cardiologia, Ortopedia, Radiologia, Gastrenterologia, Otorrinolaringologia, Urologia e Oftalmologia, «algumas das quais em quase situação de paralisação por falta de recursos humanos médicos». Apesar dessa situação, no recente concurso para médicos recém-especialistas foram atribuídas à ULS da Guarda apenas «seis das 57 vagas abertas para a região Centro, o que contraria a propalada aposta deste Governo no combate à interioridade e ao despovoamento do interior», disse Henrique Monteiro.
O documento sublinha que este número «é manifestamente insuficiente para garantir a qualidade e acesso da população aos cuidados de saúde, face à situação de absoluta necessidade existente nas especialidades de Cardiologia, Ortopedia, Anestesiologia, Anatomia Patológica, Gastrenterologia, Medicina Interna, Neurologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Patologia Clínica, Pneumologia, Psiquiatria e Radiologia». Esta constatação foi partilhada pelas restantes bancadas da AM, que também aprovaram por unanimidade uma moção do Bloco de Esquerda pelo combate à violência do género e doméstica. Os deputados foram igualmente unânimes relativamente a dois votos de pesar, do PSD e do PS, pelo falecimento do professor e dirigente desportivo Segura Fernandes, a 22 de dezembro de 2018, tendo feito um minuto de silêncio em sua memória.
Menos consensual foi o voto de congratulação pela nomeação de Américo Rodrigues para diretor-geral das Artes. A proposta veio novamente do CDS-PP e foi aprovada por maioria, com 64 votos a favor e oito abstenções. «Américo Rodrigues é mais um valor seguro da Guarda que abandona o local onde nasceu para poder desenvolver e expressar todas as suas competências na área cultural», disse José Carlos Lopes, que apresentou a proposta, tendo recordado o seu percurso no TMG, de onde foi demitido em 2014 por Álvaro Amaro, e na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, onde foi substituído em 2018. Sobre este tema, Tiago Gonçalves (PSD) louvou «o cidadão Américo Rodrigues» e reconheceu a sua nomeação «orgulha a Guarda», mas fez questão de realçar «as diferenças» entre a gestão «elitista e despesista» enquanto dirigiu o TMG e a atual, «que tem mais envolvência da comunidade, tem mais público e uma programação eclética e de qualidade».
Marco Loureiro (BE) reviu nesta intervenção aquilo «que a maioria PSD na Câmara pensa sobre Américo Rodrigues», enquanto Agostinho Gonçalves (PS) acusou os sociais-democratas de «darem uma no cravo e outra na ferradura», enquanto Aires Dinis (CDU) e Marco Loureiro (BE) elogiaram Américo Rodrigues. Nesta sessão os deputados também aprovaram por maioria, com 58 votos a favor e dez abstenções, um voto de protesto do CDS-PP pelas declarações do secretário de Estado da Energia. João Galamba esteve na cidade há duas semanas e afirmou que os guardenses devem consumir mais energia para justificar os investimentos da EDP e da Altice. «O que ouvimos foi de bradar aos céus», insurgiu-se Henrique Monteiro. O socialista Agostinho Gonçalves subiu à tribuna para dizer que o PS «não se revê nestas declarações», que terão sido proferidas «num momento infeliz».

Sobre o autor

Luís Martins

Leave a Reply