Sociedade

Antiga Casa da Legião deverá ser demolida

Casa Legião
Escrito por Efigénia Marques

Câmara da Guarda quer abrir nova praça frente à Sé e criar parque de estacionamento subterrâneo

A maioria dos cidadãos que participaram na consulta pública, promovida pela Câmara da Guarda, defende que a antiga Casa da Legião, em frente à porta principal da Sé, deve ser demolida para dar lugar a uma nova praça com estacionamento subterrâneo.
A informação foi transmitida pelo presidente Sérgio Costa na última reunião do executivo, realizada na última segunda-feira. Segundo o autarca, a grande maioria (172 pessoas) dos participantes optou pela demolição do edifício e construção de uma praça e de um parque de estacionamento com 50 lugares. Já a proposta para reconstrução do atual edificado recebeu 96 posições favoráveis e 71 guardenses optaram por sugerir outra alternativa. Aos jornalistas, no final da reunião, Sérgio Costa adiantou que a autarquia vai «promover um estudo sobre o eventual valor patrimonial do imóvel e instruir um pedido de parecer» junto da Direção Regional de Cultura do Centro quanto à viabilidade da intervenção e «outras questões».
O edil sublinhou que foi dada «a liberdade às pessoas de poder escolher», tendo participado na consulta pública, «em números redondos, 360 pessoas, o que nos deixa muito satisfeitos» porque representam o «universo do município». Foi «o povo, não o executivo», que decidiu a demolição do edifício em ruínas e a construção de uma nova praça, bem como de estacionamento subterrâneo, realçou Sérgio Costa, afirmando que no local vai surgir «um novo espaço público e uma desafogada perspetiva sobre a fachada principal da Sé». Nesta sessão a Câmara aprovou por unanimidade a compra de oito prédios urbanos incluindo um rústico, propriedade da Misericórdia no Bairro “Salazar”, na Rua do Amparo e na zona do Bonfim, para habitação social depois de requalificados. O presidente não adiantou pormenores sobre o negócio, alegando que a hasta pública ainda não decorreu.
O vereador Luís Couto (PS) votou a favor, mas disse «esperar que o processo não sirva apenas para recapitalizar financeiramente a Santa Casa e que não passe de um “sopro” que possa esvaziar-se». Nesse sentido, conta que o município esteja disponível no futuro para realizar «negócios semelhantes» com outras IPSS do concelho para a mesma finalidade. Uma opinião partilhada Carlos Chaves Monteiro (PSD): «Esperamos que qualquer instituição que manifeste a mesma vontade tenha o mesmo tratamento», afirmou.

Centro de Alcoólicos Recuperados da Guarda vive dias difíceis

Os problemas financeiros que estão a afetar o normal funcionamento da Associação de Alcoólicos Recuperados da Guarda foi outro dos temas em discussão na reunião do executivo de segunda-feira.
A autarquia decidiu por unanimidade aprovar um apoio financeiro de 1.600 euros mensais (com efeitos retroativos ao mês de abril) para ajudar esta instituição que viu cancelado o acordo firmado com o Governo, através da Segurança Social. O município compromete-se a pagar este valor até a situação ficar resolvida. O presidente do município aludiu a um processo de transferência de competências na área social, realizado em 2019, «de forma atabalhoada, porque ainda não sabemos oficialmente se as competências com o Centro de Alcoólicos estão ou não delegadas na Câmara». Sobre esta matéria, Chaves Monteiro defendeu que a edilidade deveria já «reforçar o apoio», tendo em conta as dificuldades relatadas por Sérgio Costa e por Luís Couto na reunião. De resto, o eleito do PS sugeriu que, sendo o Centro de Alcoólicos Recuperados uma organização de âmbito distrital, «todas as autarquias do distrito deveriam apoiar financeiramente o seu trabalho de excelência».

Vereador do PS propôs transportes gratuitos do 1º ciclo ao ensino superior

No âmbito do Plano de Transportes Escolares para o próximo ano letivo, a autarquia aprovou o respetivo apoio social para os alunos do primeiro ao terceiro ciclos, à semelhança do ano anterior, por proposta do Conselho Municipal de Educação.
Até ao 9º ano o transporte será gratuito e para o ensino secundário haverá lugar ao pagamento de metade do valor. Mas Luís Couto foi mais além e propôs a «gratuitidade aos estudantes do secundário e ensino superior», justificando que a medida iria «motivar e ajudar» as famílias e os jovens. Sérgio Costa respondeu que isso será possível «se o Governo comparticipar os municípios do interior da mesma forma que Lisboa e Porto», mas neste momento «estamos a cumprir exatamente o que a lei determina».

Helicóptero do INEM só no estádio

O combate aos incêndios continua a inviabilizar a utilização do heliporto do Hospital Sousa Martins para emergências médicas. Os doentes que necessitem ser evacuados por via aérea são deslocados para o Estádio Municipal, o que implica a utilização de uma ambulância.
Desde a entrada em funcionamento do centro de meios aéreos de combate aos fogos rurais na Guarda que Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu a homologação da pista para operações de emergência médica. «A ANAC exige que a helipista tenha uma nova placa de estacionamento para outro helicóptero, o que é uma situação que alguém terá que resolver no futuro, nomeadamente a própria Unidade Local de Saúde», disse Sérgio Costa, garantindo que o helicóptero do INEM continua a servir o Hospital Sousa Martins através do estádio.

Chaves Monteiro quer sessões online

O social-democrata Carlos Chaves Monteiro propôs que, à semelhança das sessões da Assembleia Municipal, também as reuniões quinzenais do executivo passem a ser transmitidas online.
«A Câmara tem meios tecnológicos e até financeiros para a aquisição de equipamentos que permitam esse serviço», considerou o eleito da oposição, salientando que a proposta é feita «no princípio de uma administração aberta e transparente». Na resposta, o presidente alegou que o município «não possui meios técnicos» para tal e que só através da «contratação externa» seria possível transmitir as sessões.

Linha da Beira Alta fechada para mercadorias durante 15 dias

Portugal vai ficar sem a principal entrada de mercadorias por comboio na primeira quinzena de agosto. O troço da Linha da Beira Alta entre Guarda e Vilar Formoso estará encerrado entre 1 e 15 do próximo mês, de forma a permitir a realização das obras de modernização da via, pelo que nesse período as cargas terão de ser transportadas por camião pela A25 ou a EN16, estradas usadas neste período por milhares de emigrantes.
Esta conjugação de fatores está a preocupar o presidente da Câmara da Guarda que espera que «todas as condições de segurança tenham sido asseguradas com o incremento de viaturas pesadas na autoestrada».
Outra preocupação de Sérgio Costa são os possíveis desvios de tráfego de mercadorias para as linhas férreas do sul do país, que, a médio e longo prazo, «podem prejudicar a Guarda, que pretende posicionar-se como um forte polo de logística em Portugal». De resto, o edil referiu não ter sido informado «oficialmente» do encerramento temporário deste troço ferroviário e disse esperar que o prazo anunciado pela Infraestruturas de Portugal «seja efetivamente cumprido».

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Efigénia Marques

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