Sociedade

Agricultores estão «indignados, mas não intimidados»

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Escrito por Efigénia Marques

Porta-voz do Movimento Civil de Agricultores já reagiu ao facto de meia centena de manifestantes que protestaram na A25 terem sido notificados pela GNR para serem identificados

«Estamos indignados, mas não estamos intimidados», afirma Ricardo Estrela, em nome do Movimento Civil de Agricultores para a região das Beiras. O porta-voz do Movimento acrescenta ainda que «percebemos a manobra do Ministério Público, mas não é isso que nos vai desmoralizar. Há uma insatisfação grande do setor e das pessoas que, naquele dia, promoveram esta manifestação de forma civilizada». É a reação de Ricardo Estrela, depois de vários cidadãos que se concentraram na A25 a 1 de fevereiro, a reivindicar mais apoios e novas políticas, terem sido notificados pela Guarda Nacional Republicana.
O porta-voz do Movimento explica que os agricultores estão a ser identificados de forma «aleatória». Questionado quanto às possíveis consequências da situação, Ricardo Estrela diz que «essa é a pergunta do milhão. Aguardamos para saber alguma coisa sobre isso. Mas teremos de contactar advogados para defender os nossos agricultores». Para já estas pessoas foram apenas identificadas e estão a aguardar eventuais desenvolvimentos processuais.
O porta-voz do Movimento Civil de Agricultores espera que o novo Governo «seja mais ativo» e admite ter «grandes expectativas» no Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes. Ricardo Estrela desabafa ao Jornal O INTERIOR que «o Governo anterior tratou muito mal o setor agrícola». Para o agricultor neste momento «temos os olhos postos e estamos mais mobilizados do que nunca». E explica que «estamos a dar o tempo normal para quem começou a governar há poucas semanas», concluindo que «vamos acompanhando muito de perto».
Recorde-se que, na madrugada de 1 de fevereiro, centenas de agricultores da região interromperam a circulação na A25 entre o nó do Alto Leomil e Vilar Formoso. Então, desde as cinco da manhã começaram a concentrar-se nestas vias e antes da hora de almoço os números já ultrapassavam os 600 agricultores e 500 máquinas. Os manifestantes reclamavam a «valorização do setor e condições justas».

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Efigénia Marques

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