Sociedade

A lenta retoma da cultura musical na região

Banda
Escrito por Efigénia Marques

Banda Filarmónica de Pínzio quer voltar às festas e romarias no próximo ano após paragem forçada pela pandemia

A Associação Cultural Recreativa e Desportiva (ACRD) de Pínzio, no concelho de Pinhel, é uma das muitas coletividades da região que sofreu grandes quebras de atividade com a pandemia. A sua banda filarmónica foi o setor mais afetado nestes dois anos, mas Ricardo Custódio, presidente da associação, espera uma retoma normal das festas e romarias em 2022 para fazer face à falta de apoios para manter as atividades.
«Vejo que a retoma ainda não está a 100 por cento, não há festas e não há apoios das entidades competentes. Estamos a programar concertos do nosso próprio bolso para voltar ao ativo pouco a pouco», adianta o dirigente. A falta de jovens músicos é outro problema que tem afetado a Filarmónica de Pínzio e para colmatar esta «falta de interesse dos jovens pela cultura» são várias as iniciativas que a ACRD tem vindo a preparar para cativar os mais novos. «Cada vez é mais difícil atrair os jovens, é preciso cativá-los a experimentar instrumentos. Temos criado atividades de desporto, pintura e cinema no meio da aprendizagem musical porque se for só música eles desinteressam-se», refere Ricardo Custódio.
Com uma média de seis novos alunos por ano, a formação musical para os novos elementos é algo que a associação pretende manter oferecendo condições aos alunos para terem uma melhor experiência dentro do mundo musical. «Toda a gente que integra a escola de música tem ensino gratuito ministrado por professores licenciados, oferta de material escolar e ainda transporte gratuito se for preciso. O instrumento também é cedido de forma gratuita, o que é preciso é vontade de aprender», sublinha. Neste momento de retoma das atividades, sobretudo musicais, a procura ainda é pouca devido à falta de festas, mas, mesmo durante a pandemia, a filarmónica foi-se reinventando com aulas online «para não perdermos a ligação» e encontros virtuais «entre membros da direção e músicos».
O presidente da Associação Cultural de Pínzio revela que as expetativas estão altas para voltar às festas e romarias da região, tanto da parte da direção como dos músicos, «que já não veem a hora de voltar a tocar nas ruas e largos de aldeias e vilas». No que toca às mordomias das romarias da região «pode haver uma pequena reticência e até houve alguns contratos que foram cancelados, outros foram suspensos, mas mais virão». Entretanto, a Banda Filarmónica de Pínzio está a organizar alguns «concertos de bolso» para regressar com a cultura musical às ruas das cidades, vilas e aldeias da região.
A Banda Filarmónica de Pínzio, cuja escola de música reabre este sábado, foi fundada a 21 de novembro de 1888 mas teve uma interrupção de vários anos devido à emigração, tendo voltado ao ativo em 1984. Atualmente é constituída por 40 elementos, a maioria dos quais formados na escola de música, e são regidos pelo maestro Carlos Ferreira.

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Efigénia Marques

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