Sociedade

A Guarda subiu à Torre dos Ferreiros para se contemplar

Escrito por Jornal O INTERIOR

Monumento nacional é agora um miradouro e foi inaugurado no Dia da Cidade, na passada sexta-feira

A inauguração da Torre dos Ferreiros foi o ponto alto das comemorações dos 821 anos da Guarda, na passada sexta-feira. Esta antiga porta da muralha da cidade, classificada como monumento nacional, é agora visitável e foi transformada num miradouro graças a obras de reabilitação e à instalação de um elevador, num investimento de cerca de 570 mil euros.

No topo da torre, a que se pode também aceder por escadas, disfruta-se de uma vista panorâmica de 360º da Guarda e da sua envolvente. Até 31 de dezembro, a entrada será gratuita mediante reserva antecipada online no site do município. Já a partir de 1 de janeiro o acesso passará a ser pago e a reserva poderá também ser feita presencialmente no Museu da Guarda e no Welcome Center. «Este é mais um ponto de atração para o centro histórico e mais motivo de visitação da Guarda», disse Carlos Chaves Monteiro na inauguração das obras que permitiram «devolver este monumento à cidade». O Dia da Cidade incluiu uma sessão solene online em que o presidente da Câmara assumiu a luta contra a pandemia da Covid-19 como a «grande batalha» do momento para o município, que não deixará «ninguém para trás».

No seu discurso, o edil agradeceu o trabalho das IPSS do concelho com a atribuição da Medalha de Mérito Municipal, que foi recebida por Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social, em representação de todas as instituições locais. «Esta homenagem é a expressão do reconhecimento do município a todos os homens e mulheres, profissionais de saúde ou não, que têm estado ao lado dos doentes, dos idosos, dos carenciados, de todos os que precisam de ajuda numa hora tão difícil», justificou. Carlos Chaves Monteiro recordou também as medidas do programa “SalvaGuarda”, que continuam em vigor para apoiar «aqueles a quem a crise económica e social provocada pela Covid-19 mais tem castigado». Mas garantiu que o município vai «continuar a conduzir a Guarda para um grande ciclo de aumento da qualidade de vida dos seus habitantes, com a subida sustentada do seu rendimento médio per capita».

Chaves Monteiro considerou que nos últimos anos o concelho «iniciou um ciclo de desenvolvimento sem precedentes na sua história» e apontou vários investimentos em curso, como os Passadiços do Mondego, e outros projetados, caso da Variante dos F’s e o alargamento da Plataforma Logística». «Vamos ter na Guarda fábricas de meios de transportes ligados à mobilidade elétrica, como bicicletas híbridas. Estamos a montar um “porto seco” com o Porto de Leixões, criando um eixo mercantil rodoviário, ferroviário e portuário entre a Guarda e o Porto», acrescentou. Já Elisa Ferreira, comissária europeia para a coesão e reformas, disse acreditar que Portugal vai sair «mais forte» da crise pandémica e considerou o plano de recuperação europeu uma «oportunidade para pensar o território nacional como um todo». E para se ter uma noção dos apoios que serão disponibilizados a responsável exemplificou dizendo que Portugal irá ter, «em princípio, à sua disposição, em cada ano, entre 2021 e 2023, quase duas vezes e meia mais fundos europeus, a título de fundo perdido, do que aqueles que tem vindo a gerir, por ano, entre 2014 e 2020».

Esta é, por isso, «uma enorme oportunidade» para reconstruir a economia do país «em novas bases, mais sustentáveis, e corrigir obstáculos estruturais ao seu desenvolvimento», mas é também «uma enorme responsabilidade». Para Elisa Ferreira, «este esforço nacional só faz sentido com uma forte consciência territorial e com um forte reequilíbrio social e regional. Esta é também uma oportunidade para pensar o território nacional como um todo e para desenvolver novos polos de competitividade no quadro de uma estratégia de desenvolvimento geográfica e socialmente harmoniosa». E avisou: «Nenhum país pode crescer sustentavelmente negligenciando grande parte do seu território». Por sua vez, presidente da Assembleia Municipal dirigiu-se aos jovens, manifestando-lhes «solidariedade para as dificuldades e os desafios que enfrentam» nesta crise pandémica. Cidália Valbom deixou também um recado aos políticos, afirmando que «o verdadeiro estadista não governa para as eleições, mas para gerações».

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