Sociedade

A animação sociocultural combate o idadismo e melhora a saúde mental

A Animação Sociocultural Combate O Idadismo E Melhora A Saúde Mental
Escrito por Joaquim Brigas

Encontro no IPG vai debater técnicas de intervenção social e atividades práticas para tornar a vida dos idosos mais saudável

Valorizar a sabedoria e exercitar a manutenção da função cognitiva dos mais velhos é uma missão fundamental que os animadores socioculturais devem exercer na sua prática profissional. O V Encontro de Animação Sociocultural, que irá decorrer no Instituto Politécnico da Guarda – IPG no próximo dia 23 de maio, vai debater os preconceitos do idadismo e a necessária estimulação das faculdades cognitivas dos seniores como instrumentos decisivos para o seu envelhecimento ativo.
“Pretende-se afirmar a importância da animação sociocultural na promoção da qualidade de vida e na longevidade dos mais velhos, assim como discutir os diversos âmbitos e contextos do envelhecimento. Para além deste objetivo é nosso propósito divulgar e disseminar boas práticas para os profissionais do setor”, afirma Rosa Tracana, investigadora e docente da licenciatura de Animação Sociocultural do IPG e uma das responsáveis pela organização do encontro. “Este tipo de iniciativas promove uma articulação mais direta, proveitosa e recíproca entre a academia e o mercado de trabalho numa perspetiva colaborativa de aproximação territorial”.
Como é fundamental combater os preconceitos sociais que desvalorizam as capacidades dos mais velhos, o tema será tratado por António Fonseca, professor da Universidade Católica Portuguesa, que irá dar uma conferência sobre estratégias para detetar e superar o idadismo e promover a inclusão social dos idosos. “Ao enfatizar a velhice como mais uma fase do processo biológico, a animação sociocultural pretende instituir também o respeito pela dignidade do ser humano, garantir o seu desenvolvimento integral, respeitar a sua diversidade e contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirma Rosa Tracana.
As questões científicas, letivas e de investigação levantadas pelo impacto da animação sociocultural na população sénior vão ser debatidas neste encontro sob as perspetivas complementares das entidades envolvidas: a licenciatura em Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do IPG, o curso técnico superior profissional (CTeSP) de Gerontologia da mesma escola e a Associação de Jogos Tradicionais da Guarda. O encontro conta igualmente com a colaboração de instituições do setor social da região parceiras do IPG na formação prática dos seus estudantes.
“A animação sociocultural assenta num conjunto de técnicas sociais capazes de desenvolver, no caso da população sénior, múltiplas atividades práticas que promovem uma vida mais ativa, tanto no aspeto físico, como psicológico e social”, afirma Rosa Tracana. No dia 23 de maio caberá a Cláudia Saraiva, da Casa de Saúde Bento Menni, da Guarda, destacar as funções da animação sociocultural na promoção da saúde mental, integrada num trabalho colaborativo e multidisciplinar com outros técnicos.
“Faz parte do trabalho dos animadores socioculturais estimular as funções cognitivas dos utentes com quem trabalham, promovendo a aprendizagem de novos conhecimentos e o seu exercício nas suas práticas sociais”, afirma Rosa Tracana. “Se os idosos não partilharem as aquisições mais recentes, se não as debaterem com outras pessoas e com as famílias, facilmente as perdem e ficam reduzidos unicamente às suas memórias”.

Sobre o autor

Joaquim Brigas

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