Sociedade

82 milhões de euros do PRR para reabilitação de 700 imóveis na CIMBSE

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Escrito por Efigénia Marques

Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela assinou protocolo com o IHRU para concretizar intervenção até ao final de 2026

A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) vai reabilitar 700 imóveis distribuídos pelos quinze municípios que a compõem no âmbito de um protocolo de cooperação com o IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana para Arrendamento Acessível. O investimento é de 82 milhões de euros, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O acordo foi assinado na quarta-feira no Fundão, na presença do primeiro-ministro, António Costa, e da ministra da Habitação, Marina Gonçalves. A cerimónia integrou a iniciativa “Governo Mais Próximo”, realizada durante dois dias no distrito de Castelo Branco e que incluiu a reunião semanal do Conselho de Ministros. Luís Tadeu, presidente da CIMBSE, afirmou que «um dos grandes problemas» da Comunidade Intermunicipal é o parque habitacional. «Infelizmente, temos nas nossas cidades e vilas cada vez mais imóveis abandonados, outros em estado avançado de degradação e alguns em ruína. Ao mesmo tempo, falta-nos mercado de arrendamento, ou é muito diminuto nos nossos territórios», disse o também autarca de Gouveia.
Em consequência, «muitos jovens são obrigados a deixar a região e quem pretende fixar-se por cá enfrenta muitas dificuldades para arranjar casa», acrescentou, realçando que o acordo assinado com o IHRU vai permitir disponibilizar imóveis a rendas acessíveis na CIMBSE, que também está a apostar na rede de internet 5G com o projeto “Reconect”. O responsável lembrou ainda que esta intervenção terá que estar concluída até 31 de dezembro de 2026. Já o primeiro-ministro sublinhou que a habitação é uma das prioridades do PRR e tem «um papel fundamental na atração e fixação de jovens» no interior. «É fantástico atrairmos uma empresa de tecnologias de informação, aumentar o número de engenheiros residentes na região, mas não basta ter o cabo. Sem intervenção na habitação vai ser muito difícil lutar contra o despovoamento destes territórios de baixa densidade», afirmou António Costa.
Neste caso, o chefe do Governo destacou que este protocolo destina-se a «reabilitar imóveis e construir de raiz não para famílias carenciadas, mas para fixar jovens e atrair para esta região jovens e quadros da classe média», porque «o emprego só existe se houver empresas e as empresas só conseguem trabalhadores se houver nesta região condições condignas para as acolher». Na sua intervenção, António Costa acrescentou que é preciso criar uma «oferta pública de habitação» para ajudar à estratégia de desenvolvimento dos territórios de baixa densidade. Já o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, anfitrião da cerimónia, realçou que o problema das Beiras e Serra da Estrela não tem a ver com o facto de «haver muitas ou poucas casas, mas em saber o parque habitacional é adequado ou desadequado perante as tendências de procura».

Luís Martins

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Efigénia Marques

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