O uniforme escolar é para alguns estudantes um hábito diário que começa quando entramos na escola e que se repete por vários anos, mas alguma vez parou para pen sar quais as suas origens ou porque existem diferenças entre eles? Para saber a resposta a estas perguntas e mais curiosidades sobre fardas e uni formes escolares leia este artigo até ao fim.
-
Origem Histórica
As fardas e uniformes escolares tiveram a sua origem há muito tempo. Já nos primór dios da humanidade, as tribos tinham a necessidade de se diferenciar umas das outras através das vestes – na altura utilizavam peles de bisonte, búfalo ou cordeiro. No entanto, atribui-se a sua difusão a uma época mais recente, mais precisamente ao século XIX, quando o exército se uniformizou e aderiu ao visual padronizado. Rapidamente a ideia começou a ser adotada por instituições de ensino, evidentemente, hoje não falamos de peles nem de fardas verdes, mas de conjuntos compostos por calças ou saia, camisola e em alguns casos meias e sapatos diferenciados.
-
O Hábito não faz o Monge
Quando foram criados, um dos seus objetivos era representar a tradição da escola, com o seu símbolo e cores. Diferenciando a instituição de ensino, mas permitindo que os alunos se parecessem entre si, os uniformes escolares tornam-se um símbolo de igualdade, pertença e inclusão. Ao vestirem o fardamento os alunos deveriam ter um comportamento exemplar e zelar pelo nome e imagem do estabelecimento ao qual pertenciam.
-
Tendência Nacional
Segundo o INED, estima-se que em Portugal, cerca de uma centena de escolas e colégios privados tenham adotado o uniforme escolar e a tendência é para aumentar porque o uniforme eleva o orgulho de pertença a uma comunidade escolar, reforça a identidade, anula as diferenciações criadas com base nas marcas e promove a disciplina. Para suprimir a demanda destes colégios e alunos surge a Dauti, uma empresa portuguesa criada em 1999, especializada na criação, produção e comercialização de fardas e uniformes e qualidade, porque “Um uniforme não é apenas para vestir. É, sobretudo, uma forma de inventar a comunicação e de conferir um sentimento de identificação.”
-
Uniformes pelo Mundo
Cada país tem a sua cultura e clima e os uniformes têm de se adaptar às diferentes necessidades e condições. No Butão, por exemplo, os alunos usam roupas tradicionais para ir à escola. A “Kira” é um vestido que vai até aos tornozelos e consiste numa peça retangular de tecido, enrolada e dobrada em volta do corpo e fixada por alfinetes nos dois ombros e presos à cintura com um cinto. Já em Cuba as crianças vestem uniformes compostos por camisa branca de botões, partes de baixo de tons escuros e um lenço ao pescoço.
-
As fardas na Moda
São vários os exemplos de adaptação e descontextualização do visual estudantil, desde a moda ao universo musical. Na década de 1920 a Chanel lançou a tendência “Navy” inspirada nos uniformes da marinha, utilizando os tons azuis, vermelhos e brancos e elementos marítimos como âncoras e cordas. Na década de 1970 surge o estilo “preppy” sendo a abreviação da palavra “preparatório” em inglês. Para se ser considerado “preppie” os jovens deveriam pertencer a uma certa elite e estar prestes a frequentar uma prestigiada universidade nos Estados Unidos. Este estilo ia muito além de uma forma de se vestir, englobava também um estilo de vida e um nível social e económico alto. A nível estético caracterizava-se pelos cortes clássicos, as cores neutras, os tecidos nobres e elementos intemporais. Os losangos, bordados de brasões, camisolas axadrezadas, calças de ganga escuras e saias plissadas inspira das no ténis.
Já no universo musical, algumas bandas de rock inspiraram-se em uniformes. Um bom exemplo são os famosos Beatles que adotaram um visual padronizado, chegando até a usar o mesmo corte de cabelo. Mais recentemente, pudemos observar vários grupos de K-pop com um estilo mais colegial.
Quer seja para se diferenciar ou para promover a igualdade, as fardas e uniformes escolares têm uma longa história e vieram para ficar.