A Campanha da Federação Nacional dos Médicos “nem mais uma hora extra” passou pela Unidade Local de saúde da Guarda (ULSG) para mobilizar os clínicos «para que se recusem a exceder o limite legal das 150 horas de trabalho suplementar anuais, exercendo a profissão e assistindo os utentes sem estarem condicionados pela exaustão». A FNAM considera que são cada vez mais os médicos a entregar as declarações de escusa, entendendo que «não será em seu nome que serão coniventes com o Governo ao colocar em risco a qualidade da prestação de serviços de saúde aos utentes do SNS».
Segundo Vitória Martins, presidente do Sindicato Médico da Zona Centro e dirigente da FNAM, os médicos «estão empenhados e unidos» na defesa e valorização da carreira e do SNS e com «grande vontade» em aderir às próximas greves. «Já tivemos oportunidade de reunir com a administração da ULSG e constatamos que aqui, para agravar as condições de trabalho, há uma importante escassez de recursos humanos. Nestes locais, temos de tornar os serviços mais atrativos e criar melhores condições a quem neles trabalha. As nossas reivindicações fazem parte da receita para tentar fixar nestas regiões mais médicos», referiu.
A iniciativa, que tem vindo a percorrer todo o país, serve igualmente para fazer um diagnóstico das unidades de saúde visitadas, bem como preparar as próximas lutas dos médicos, nomeadamente as greves a 17 e 18 de outubro e a 14 e 15 de novembro, as concentrações regionais de médicos na greve de outubro e a manifestação nacional, junto ao Ministério da Saúde, no dia 14 de novembro.
A FNAM pretende deslocar-se a Bruxelas para ser recebida pelos Eurodeputados e pela Comissária Europeia para os assuntos da saúde.