Região

Vale do Mondego pintado de preto

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Escrito por Efigénia Marques

Um incêndio que deflagrou na tarde de sábado na Mizarela e que alastrou a Aldeia Viçosa, tendo também chegado perto de Vila Cortês do Mondego, no Vale do Mondego, foi dado como dominado na manhã de domingo.
O fogo começou pelas 15h36 de sábado e chegou a ter duas frentes ativas: uma para Mizarela e a outra para Vila Cortês. A evolução das chamas obrigou à evacuação da praia fluvial de Aldeia Viçosa e da povoação de Soida, bem como à retirada de um grupo de 60 campistas do parque de campismo da Mizarela. Passado o susto e a angústia, é altura de fazer um rescaldo daquela que foi uma tarde e noite de terror no Vale do Mondego. O INTERIOR esteve em Aldeia Viçosa e em Vila Cortês do Mondego para falar com alguns populares e perceber de que forma viveram o incêndio que lavrou à porta das aldeias.
«Era uma fumaceira enorme e eu acabei por não sair de casa, porque a gente quando está no meio da confusão ainda mais preocupamos a gente que anda a combater o fogo. Então meti-me em casa como muita aflição, porque os meus filhos são os primeiros a ir a ajudar. Aqui é uma aldeia que as pessoas ajudam logo, porque a Serra é uma coisa que nos deixa sempre preocupados quando está a arder, mas o pior é quando chega às casas», admitiu Gina, uma habitante de Vila Cortês do Mondego, onde o fogo ameaçou alguns terrenos agrícolas.
Já em Aldeia Viçosa, Virgílio Almeida, proprietário do minimercado da aldeia, foi um dos primeiros a aperceber-se das chamas com «fumo ao cimo da serra, ainda do lado da Rapa, liguei aos bombeiros que já estavam avisados e foram 5 minutos até vir para este lado e cerca de 20 minutos até chegar cá abaixo à aldeia. Foi muito rápido, o fogo parecia que andava à frente do próprio fogo», relata. Virgílio Almeida não descarta a hipótese de este incêndio influenciar a vinda de turistas para Aldeia Viçosa, mas «tivemos um incêndio também muito grande há nove anos e conseguimos reerguer-nos, conseguimos dar a volta por cima, conseguimos pôr o vale e vamos conseguir repor a natureza e as pessoas podem vir em segurança visitar-nos que nós estamos cá para os receber como sempre», garante o comerciante.
Terror, medo e aflição é assim que os habitantes do Vale do Mondego descrevem o incêndio que afetou as aldeias no sábado passado.

 

Carina Fernandes

Sobre o autor

Efigénia Marques

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