Região

Seca faz antecipar campanha de rega na Cova da Beira em um mês

Escrito por Jornal O Interior

A Associação de Beneficiários do Regadio da Cova da Beira iniciou na quinta-feira, de forma gradual, a campanha de rega, antecipando a data em cerca de um mês devido à seca, confirmou o seu presidente.
«Começámos a abrir as bocas de rega para os blocos em que há maior necessidade, sendo que as situações mais críticas estão nos pomares, no cereal e nos prados, que estão sem pinga de água», adiantou António Gomes. A gerir o Regadio da Cova da Beira há vários anos, o dirigente reconhece que a situação que se vive nos campos da região «é mesmo muito preocupante» e assume que nunca esteve tão apreensivo como este ano. «Se não chover em abril ou maio, e em abundância, podemos ter pela primeira vez uma situação em que a água pode faltar no nosso regadio», alerta o responsável da organização sediada no Fundão. Atualmente, o Regadio da Cova da Beira abastece cerca de 3.600 explorações agrícolas, num total de cerca de 6.000 hectares de terreno espalhados pelos concelhos de Belmonte, Penamacor, Fundão e Covilhã, no distrito de Castelo Branco, bem como no concelho do Sabugal, no distrito da Guarda.
António Gomes disse «muito preocupado» com a situação porque em anos considerados «normais» são gastos cerca de 55 a 58 milhões de metros cúbicos, mas, este ano, se não chover entretanto, serão precisos mais. «Estamos a começar a regar um mês mais cedo, portanto, vamos gastar mais água e, neste momento, a água que temos ao nosso dispor nas barragens está mesmo à justa. São pouco mais de 60 milhões de metros cúbicos», aponta, adiantando que na próxima reunião com os regantes vai apelar a uma gestão eficiente e ao racionamento da água para que chegue, «pelo menos», até outubro. Na sua opinião, esta situação também vem mostrar a necessidade do Regadio a Sul da Gardunha, mas desde que seja abastecido por barragens próprias e não dependa das infraestruturas do Regadio da Cova da Beira.

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