A ministra da Coesão Territorial disse na segunda-feira que, «muito em breve», o Governo irá anunciar um programa para a redução das portagens nas ex-SCUT e admitiu que a abolição apenas será ponderada no final das concessões nestas autoestradas, como a A23 e a A25.
«Colocamos no Orçamento de Estado para 2023 um programa que prevê não só rever a redução das portagens, mas melhorar também a oferta de transportes coletivos e fomentar o uso de viaturas elétricas», declarou Ana Abrunhosa no Fundão, adiantando que «o programa está concluído e prevista a sua apresentação. Eu estou responsável pela parte das portagens e, em breve, muito em breve, poderei dar resposta a todas as perguntas, qual a taxa de redução das portagens, sobre que veículos vai incidir e quando se vai iniciar essa redução». A governante disse ainda aos jornalistas que espera que o anúncio dessa redução ocorra em «menos de um mês», salientando que se trata de «uma redução, nunca abolição», porque o fim das portagens nas ex-SCUT «é algo que poderemos ponderar quando as concessões estiverem a terminar».
Até lá, a ministra acredita que a redução a anunciar será «do agrado das pessoas». Recorde-se que as vias sem custos para o utilizador foram criadas no final da década de 90, durante o Governo de António Guterres. Foi uma decisão polémica, pois os encargos da sua utilização recaíram sobre o próprio Estado. Em 2010 o então primeiro-ministro José Sócrates introduziu portagens nas SCUT. Na semana passada, a Plataforma Pl’a Reposição das SCUT na A23 e A25 tinha vindo a público lamentar que o dossier das portagens esteja a ser «empurrado de ministério em ministério» e exigiu à ministra da Coesão Territorial esclarecimentos sobre «o real estado das conclusões do grupo de trabalho interministerial criado para elaborar, até 21 de junho, propostas para a mobilidade no interior do país e para a eliminação das portagens na A23, A24 e A25».