O queijo Serra da Estrela é o melhor entre os melhores queijos de leite de ovelha, segundo o site “The Taste Atlas”, o guia gastronómico online que identifica os pratos típicos, receitas e bebidas de diversas regiões do mundo. No ano passado o icónico queijo desta região, o queijo de ovelha da Serra da Estrela, ocupava o quinto lugar do mesmo concurso, tendo subido quatro posições num ano.
O presidente da EstrelaCoop – Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela, detentora da Denominação de Origem Protegida (DOP) do queijo Serra da Estrela, olha para a distinção como o «reconhecimento do trabalho que temos desenvolvido» e lembra que esta iguaria tradicional é considerada o melhor queijo «por vários consumidores». Para o responsável, este produto endógeno ocupar o primeiro lugar do ranking do “The Taste Atlas” é mais uma oportunidade para levar o Serra da Estrela a mais mesas em todo o mundo. «Qualquer pessoa que conheça o prémio vai questionar “é o melhor do mundo, porque não experimentar?”», espera Joaquim Lé de Matos, para quem provar um queijo Serra da Estrela não se trata apenas de «degustar um produto», é também «o momento de conhecer um património, um processo milenar que é feito na Serra da Estrela». Por isso, provar este queijo é «dar a conhecer o sabor da história».
O queijo Serra da Estrela está assim em primeiro lugar no ranking frente ao queijo grego Graviera Kritis e aos italianos Pecorino Romano, Pecorino Sardo e Pecorino Toscano, que completam o Top 5 dos melhores queijos do mundo, segundo o “Taste Atlas”. Já o vencedor, endógeno da região da Serra da Estrela, é um «queijo semimole produzido com leite de ovelhas das raças Bordaleira Serra da Estrela e Churra Mondegueira» e no ranking aparece avaliado com 4,6 pontos (numa escala de 0 a 5), estando por isso a um passo da perfeição.
Candidatura a Património Imaterial Mundial da UNESCO está a ser desenvolvida
Há vários meses que a EstrelaCoop começou a preparar a candidatura do Queijo de Ovelha Serra da Estrela a Património Imaterial Mundial da UNESCO.
Joaquim Lé de Matos quer acreditar que «em 2026» a candidatura se torne «uma realidade». Segundo o presidente da direção da Estrelacoop, já está «uma equipa técnica e científica no terreno, a fazer trabalho de pesquisa, investigação, evidências primárias, falar com os detentores dos patrimónios (pastores e produtores)». De seguida será feito o «registo na inventariação nacional, junto do Instituto de Património Cultural», que Joaquim Lé de Matos acredita que acontecerá «no início de 2025». Em simultâneo está a trabalhar-se ainda no «dossier da UNESCO». O dirigente explica que «não se está a fazer só o levantamento etnográfico e histórico do queijo, mas também a relacionar o produto tradicional com todos os outros de Portugal, para percebermos o que diferencia o nosso queijo dos outros, e o porquê de merecer o reconhecimento a nível da UNESCO enquanto Património Cultural Imaterial».