Queijo e produtos locais foram destaque em Fornos de Algodres

A feira do queijo de Fornos de Algodres foi um sucesso para os produtores de queijo, compotas, mel, chouriços e outros produtos endógenos da região. Este ano o certame voltou a realizar-se no pavilhão gimnodesportivo da vila, mas no próximo ano regressa ao mercado municipal, cuja remodelação está em fase de conclusão.
No espaço estiveram vários produtores da região. Anabela Silva, natural de Fornos de Algodres, foi à feira do queijo apresentar os «primeiros doces regionais feitos com urtigas». Também Amélia Reis foi vender doces, «todos com urtiga, que faz muito bem à saúde, tem vitaminas e ferro». Já Maria dos Prazeres, também da região fornense, faz doces em casa de forma biológica. No certame teve doces de «morango, abrunho, mirtilo, abóbora e nozes, marmelo», mas também costuma vender «laranjas e tangerinas». Também João Lopes considera que a Feira do Queijo é boa para «apresentar produtos locais, ver as pessoas da terra e dar a conhecer o que produzimos». É uma oportunidade importante para «os pequenos produtores», uma vez que, no seu caso, no resto do ano trabalha com o «cliente final, mas também com revendedores». «Mas chegando a estas alturas de feiras do queijo há sempre mais alguma coisa», acrescenta.
Da Queijaria Campos, João Campos adianta que cria borregos e produz queijo. Ao longo do ano «vai aparecendo sempre alguém, mas esta atividade tem tendência a acabar… até mais depressa do que pensam», alerta. António Cabral é produtor de mel e desabafa a O INTERIOR que não tem tido «muita produção, mas a que tenho vou conseguindo vender sobretudo nestas feiras». O apicultor revela que «tenho clientes e vendo muito durante o ano, mas estes certames contribuem muito para as vendas». Já Maria do Carmo Simões só esteve na feira de Fornos de Algodres para «marcar presença», adiantando que trabalha na «agricultura, ordenho as ovelhas, faço queijo e vendo». Para a produtora fornense o «negócio corre bem», uma vez tem «mais clientes do que queijo».
Em contraste está Ana Martins, da Queijaria Artesanal Serras do Mondego, que se queixou que «o negócio podia correr um pouco melhor», mas acredita que é «mal geral». Mesmo assim, «há pessoas que procuram especificamente o nosso produto e vêm à procura de queijo, requeijão e queijo fresco de cabra». A representar o setor dos enchidos esteve Nelson Olivais, da Produtos Olivais, que produz «enchidos, queijo Serra da Estrela, paio, presunto, produtos típicos da nossa região». Também natural do concelho, o produtor afirmou que estes certames são «importantes para escoar o produto e para mostrar aquilo que temos. Mais importante do que escoar é ter o produto disponível fisicamente para as pessoas verem e provarem… e, quem sabe, mais tarde comprarem». Nelson Olivais confia no gosto dos portugueses e sublinha que «o nosso país gosta muito dos nossos produtos».
Mas houve mais produtos endógenos além do queijo e mel. António Moura é natural de Canas de Senhorim e foi a Fornos de Algodres vender as «típicas sementes caramelizadas que são feitas há 15 anos na mesma carroça». O produtor já participa há cerca de «10 anos e leva de tudo – amendoim, amêndoa, girassol, maçã… tudo ao vivo, no local, em tacho artesanal».
Por sua vez, José Santinho vende «ginja, poncha, sangria e caipirinha», mas justifica que «o negócio está agora a começar. No Inverno é mais morto, mas no Verão é dia sim, dia sim».