Região Sociedade

Produção de vinho deverá crescer 15 por cento na Beira Interior

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Escrito por Luís Martins

Estimativa é do Instituto da Vinha e do Vinho, que prevê uma quebra da ordem dos 8 por cento na grande maioria das regiões vitivinícolas portuguesas na campanha deste ano

A produção de vinho na próxima vindima deve baixar 8 por cento em relação à campanha anterior, para volume de 6,9 milhões de hectolitros, segundo as estimativas do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). O cenário deverá refletir-se em dez das 14 regiões vitivinícolas portuguesas, mas a Beira Interior não é uma delas, pois deverá registar o maior aumento desta campanha.
É que o IVV estima que produção cresça 15 por cento nesta região que vai de Figueira de Castelo Rodrigo a Castelo Branco, enquanto em Trás-os-Montes essa subida será de 8 por cento e no Algarve de 7 por cento. Será as três únicas regiões com previsões de aumento de quantidades em termos homólogos. Já na região de Távora-Varosa não é esperada variação na produção. Situações excecionais que, a concretizar-se esta previsão, farão com que o setor registe um volume semelhante à média das últimas cinco campanhas. Contudo, as maiores descidas em volume, num total superior a 350 mil hectolitros, vão ser registadas em Lisboa (-15 por cento) e no Alentejo (-10 por cento), ainda segundo os dados globais compilados pelo IVV.
Já o Douro, que continuará na próxima campanha a ser o maior produtor de vinho em Portugal, com um total de 1,484 milhões de hectolitros, deverá perder 5 por cento face à última vindima. No caso do vinho do Porto, o chamado “benefício” será de 90 mil pipas, menos 14 mil que no ano anterior. «De um modo geral, a instabilidade meteorológica durante o ciclo vegetativo da videira favoreceu o desenvolvimento de doenças, destacando-se o míldio. As condições climáticas até a vindima, especialmente o risco de escaldão, ainda serão determinantes para a quantidade e qualidade da colheita», lê-se numa nota informativa do Instituto da Vinha e do Vinho.
O setor do vinho português está a lidar com uma «bolha de acumulação de stocks», o que já levou os produtores a pedirem mais controlo no destino comercial que é dado ao vinho importado a granel, sobretudo de Espanha. Isto porque o país está a importar diariamente «o equivalente a quase um milhão de garrafas», o que é descrito pelo presidente da ANDOVI – Associação Nacional das Denominações de Origem Vitivinícolas como «uma loucura de vinho» a entrar no mercado nacional.
Recorde-se que a Comissão Europeia anunciou, em julho, a atribuição de 15 milhões de euros em apoio de emergência aos produtores de vinho portugueses com graves perturbações do mercado, mas o Governo considera que a chamada destilação de crise «é um último recurso ou um recurso excecional», tendo prometido «reforçar brutalmente» a fiscalização da entrada de vinho ilegal no país.

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Luís Martins

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