A Plataforma pela Reposição das Scut na A23 e A25 quer a abolição imediata das portagens para residentes e um desconto de 50 por cento para os restantes utilizadores, além de manter a reivindicação pelo fim de todos os pagamentos durante a legislatura.
A proposta foi apresentada segunda-feira numa conferência de imprensa realizada na Covilhã e será remetida ao Governo para que a primeira parte já seja contemplada no Orçamento do Estado (OE) para 2020. Na ocasião os representantes das diferentes entidades que compõem o movimento lembraram as recentes declarações do ministro da Economia e da ministra da Coesão Territorial sobre o tema e esperam que os sinais positivos que foram transmitidos se confirmem. «Somos pela abolição, mas admitimos que essa abolição seja feita de forma faseada, quantificada e com um calendário muito bem definido. Para 2020, entendemos que era importante formalizar algo de mais concreto», declarou Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco.
Para José Gameiro, da Associação Empresarial da Beira Baixa, «a dívida que o país tem para com o interior, como disse o primeiro-ministro durante a última campanha eleitoral, tem de começar a ser paga, nem que seja a prestações». Entre os argumentos invocados para justificar a abolição está a decisão «ajudar as pessoas e as empresas do território, mas todo o país, por via da promoção da atividade económica e turística». Por sua vez, Luís Veiga reiterou que a região tem «um problema grave de coesão territorial que só se resolve com medidas drásticas. Não é com paninhos quentes. A Plataforma de Entendimento para a Reposição das Scut na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.
Ana Abrunhosa «embaixadora» pelo fim da cobrança
A ministra da Coesão Territorial promete ser «embaixadora» da causa pela redução até à abolição das portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) do interior.
«O problema não se resolve só com a diminuição ou abolição das portagens, mas ajuda e muito. Portanto, as pessoas deste território contam comigo como embaixadora desta causa e, tenho a certeza, com outros membros do Governo para irmos reduzindo gradualmente as portagens», disse Ana Abrunhosa na Covilhã, na sexta-feira, à margem da sessão de balanço do trabalho desenvolvido pelo C4 – Centro de Competências em Cloud Computing, sediado na Universidade da Beira Interior. Na ocasião a governante assumiu que a reivindicação é «legítima», mas esclareceu que será necessário salvaguardar «o impacto orçamental grande» que a medida terá.