Região

Plataforma mantém luta pela abolição das portagens

Escrito por Jornal O INTERIOR

Movimento cívico elogia «coligação positiva» no Parlamento que aprovou redução de 50 por cento das taxas na A23 e A25

A Plataforma P’la Reposição das SCUT na A23 e A25 considera que a aprovação pela Assembleia da República da redução de 50 por cento das portagens nestas autoestradas só foi possível graças à «luta travada ao longo de dez anos» na região.

O movimento cívico que reúne comissões de utentes, associações empresariais dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, a Associação dos Empresários Pela Subsistência do Interior e as Uniões de Sindicatos de Castelo Branco e da Guarda reconhece o «exemplo prático de democracia» protagonizado pelos grupos parlamentares que votaram a favor da medida. «Com esta votação, a maioria dos deputados correspondeu ao nosso apelo de entendimento naquilo que era essencial: uma decisão que trouxesse resultados concretos para as populações e para a economia. A redução de 50 por cento é já um bom contributo e inicia o caminho da reposição das SCUT a curto prazo», considera a Plataforma, que lamenta o voto contra dos deputados do PS, em especial dos seus eleitos pelo interior.

«A luta vai continuar até que a reposição das SCUT se torne uma realidade ainda na atual legislatura», adianta o movimento, que está disponível para encontrar com o Governo, em 2021, «soluções» que garantam o regresso das SCUT a A23 e A25. Em termos políticos, a aprovação de 50 por cento de redução das portagens continua a fazer mossa. A reação mais inesperada foi a de Vítor Pereira. O presidente da Federação do PS de Castelo Branco saudou a redução, uma medida que «só foi possível graças à maioria que viabilizou o Orçamento de Estado na Assembleia da República e onde pontificou o voto expresso, favorável e inequívoco do PS, que o aprovou». Recorde-se que o PSD votou contra.

O também presidente da Câmara da Covilhã considera que a redução, que vai vigorar em janeiro, vem «ao encontro das posições já anteriormente tomadas pelas estruturas regionais e pelos deputados e autarcas do PS, que têm a ambição da progressiva suspensão da cobrança de portagens até que os índices de riqueza e desenvolvimento atinjam, como inicialmente previsto, a média nacional». Vítor Pereira faz ainda questão de recordar que a A23 e A25 foram projetadas e construídas por «Governos do PS» e que a introdução das portagens, em 2010, foi uma «exigência expressa do PSD» para viabilizar o Orçamento de Estado de 2011.

Sem contemplações foi a Federação do PS da Guarda, segundo a qual a proposta de redução das portagens apresentada por Carlos Peixoto, deputado do PSD eleito pelo círculo da Guarda, foi «oportunista, demagógica e, politicamente, pouco séria». Numa nota sobre o Orçamento de Estado, Alexandre Lote recorda que o documento foi «irresponsavelmente reprovado» pelo PSD, logo também a redução das portagens. Para o líder federativo, «este irresponsável jogo do “primeiro propõe e depois vota contra” foi, efetivamente, uma “oportunidade de ouro”, mas não para os cidadãos da Guarda. Foi, antes, uma forma criativa de dar nas vistas e de se reposicionar, politicamente, na distrital do PSD da Guarda, num momento de fortes cisões e de grande mal-estar interno».

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