Região

Pinhel contra prospeção e pesquisa de lítio no concelho

Rui
Escrito por Efigénia Marques

Fase de consulta pública decorre até 10 de dezembro, mas Rui Ventura já avisou que exploração mineira é negativa para o município

No seguimento de uma reunião extraordinária, na passada terça-feira, o executivo pinhelense votou de forma unânime contra a prospeção e pesquisa de lítio no concelho.
Segundo Rui Ventura, presidente da Câmara, a decisão decorre da análise do Relatório de Avaliação Ambiental Preliminar desse mesmo programa. O documento, que se encontra em fase de consulta pública, «abrange oito potenciais áreas para lançamento do procedimento concursal de direito de prospeção e pesquisa de lítio, entre as quais uma área que abrange cerca de 215 quilómetros quadrados, ou seja, cerca de 40 por cento do concelho de Pinhel, onde se localizam 19 aldeias», revela o município. Em declarações a O INTERIOR, o autarca alerta que essa eventual exploração mineira «afetará um dos maiores potenciais de Pinhel que é a agricultura, a nossa produção de vinho, de azeite, para não falar de outras áreas igualmente importantes».
O edil critica também o facto de, no plano de prospeção e exploração, «não se olhar para a Reserva Ecológica Nacional ou para a albufeira de Vascoveiro, que abastece o concelho de Pinhel, e nem acautelaram áreas de grande importância como rios e ribeiras». E foi por existirem situações que «não foram devidamente pensadas e ponderadas» que o executivo pinhelense concordou que «o melhor será mostrar-se contra o estudo», justifica Rui Ventura, para quem, «esta ação, numa área tão vasta do concelho, teria sérios impactos económicos, sociais, turísticos, paisagísticos e ambientais».
Entretanto o executivo já reuniu com os presidentes de Junta das localidades mais afetadas e «todos discordam dessa mesma prospeção», adiantou o autarca. E para que essa exploração mineira não avance o presidente da Câmara de Pinhel está disponível para «nos agregarmos a outras entidades, bem como a outras Câmaras Municipais, para lutarmos contra isto e pela sobrevivência do interior». Entretanto, o município vai fazer chegar informação às Juntas e às populações para esclarecer o que pode estar em causa e motivá-las a pronunciarem-se atempadamente na consulta pública que decorre até 10 de dezembro.

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Efigénia Marques

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