O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) apelou ao Governo para que apoie a certificação e promova o cobertor de papa produzido em Maçainhas pela Associação O Genuíno Cobertor de Papa.
A recomendação consta de um projeto de resolução onde os deputados José Luís Ferreira e Mariana Silva consideram este produto artesanal feito a partir da lã churra um «ícone da cultura serrana e das atividades ligadas à pastorícia». Os eleitos também defendem que o Governo promova o cobertor de papa de forma «a salvaguardar esta peça de artesanato que se encontra em risco de desaparecer» e apoie «a promoção dos produtos artesanais e dos artesãos, em particular no atual contexto de pandemia, em que as feiras e exposições, principais pontos de venda, estão encerradas». “Os Verdes” recordam que atualmente o cobertor de papa é apenas produzido por quatro artesãos, dois dos quais com mais de 70 anos, naquela aldeia do concelho da Guarda, e pela Associação O Genuíno Cobertor de Papa.
A sua certificação ainda avançou porque os custos do processo «ronda os 25 mil euros, segundo a Associação O Genuíno Cobertor de Papa, um valor insuportável para os artesãos envolvidos na produção». Segundo os proponentes, este estatuto permitiria, «além de definir e perpetuar as características, as matérias-primas e os processos de produção, contribuindo para a identidade do território e das suas gentes, impedir que os consumidores sejam induzidos em erros por cópias e produtos feitos de forma industrial». Recorde-se que, em 2018, a Câmara da Guarda anunciou a intenção de candidatar o cobertor de papa de Maçainhas a património cultural da UNESCO com vista à sua salvaguarda.