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«Os danos vão demorar décadas a ser repostos no Estrela Geopark»

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Escrito por Carina Fernandes

Muitas foram as perdas no que toca à fauna, flora e geossítios existentes no Estrela Geopark Mundial da UNESCO em consequência do fogo que lavrou na Serra da Estrela durante treze dias e consumiu mais de 24 mil hectares.

Quem o diz é o coordenador do Estrela Geopark, segundo o qual, «só para ter uma ideia, o fogo afetou, de forma total ou parcial, 23 locais de interesse geológico do Estrela Geopark». Contudo, Emanuel Castro lembra que a Comissão Nacional da UNESCO já veio garantir que este incêndio, «apesar de tudo, não coloca em risco a continuidade da classificação da Estrela como Geoparque Mundial da UNESCO», um estatuto conseguido em setembro de 2020. Quanto ao valor do património perdido do Geopark, o responsável garante que «está bastante penalizado pela destruição da paisagem, dos ecossistemas e da biodiversidade» e considera que este é o momento «de trabalharmos numa perspetiva de olhar para o futuro e preparar o território de modo a que seja também mais resiliente para este tipo de ações».

Já o impacto do fogo nos locais de interesse geológico ainda está a ser avaliado, mas o coordenador do Geopark assegura que não desapareceram com as chamas. «Quando estamos a falar de locais de interesse geológico, os locais em si não desaparecem. Estamos a falar de grandes formas geológicas que, de algum modo, nos contam a história do próprio território da Serra da Estrela», afirma, acrescentando que aquilo que desaparece com o fogo nestes locais «é o valor ecológico, cénico, turístico e educativo até, que muitos destes sítios têm». Como exemplo, o coordenador do Estrela Geopark refere «os casos» do Vale Glaciário do Zêzere e da Lagoa Seca, cujos ecossistemas estão fragilizados e «os danos causados vão demorar décadas a ser repostos», alerta.

A Serra da Estrela tem 2.216 quilómetros quadrados classificados como Geopark Mundial da UNESCO, uma área que abrange os municípios de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia.

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Carina Fernandes

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