Em Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Aguiar da Beira, Almeida, Fornos de Algodres, Gouveia, Seia e Sabugal há mais pensionistas do que trabalhadores, sendo que a percentagem de pessoas aposentadas atinge valores entre 101 a 140 por cento. Manteigas é a situação mais grave do distrito da Guarda, com mais de 141 por cento de reformados no concelho.
Os dados são do Instituto de Segurança Social e foram revelados esta terça-feira pelo “Jornal de Notícias”, que refere que «23 por cento dos municípios em Portugal continental tem mais reformados por velhice do que trabalhadores ativos». De salientar que estes dados referem-se apenas ao setor privado, desfavorecendo os concelhos menores, nos quais as autarquias são as principais empregadoras. Em média, por cada 100 trabalhadores há 56 pensionistas, existindo 201 municípios que se encontram acima dessa média por os pensionistas terem maior peso. As zonas do país onde há maior número de pensionistas, comparativamente ao número de trabalhadores ativos, são sobretudo regiões de baixa densidade, como Beira Interior, Trás-os-Montes e Alentejo. Os municípios onde a situação é mais grave são Vinhais (193 por cento de pensionistas), Valpaços (169 por cento) e Alcoutim (168,5 por cento). Já os concelhos onde o número de trabalhadores ultrapassa em muito a percentagem de pensionistas situam-se, sem surpresas, maioritariamente no litoral. O município de Albufeira lidera esta tabela com apenas 31 por cento de reformados, seguido de Lousada (31,8) e Paços de Ferreira (32,5). Lisboa possui 55,8 por cento de pensionistas e o Porto 70,9 por cento.
Os valores divulgados confirmam mais uma vez a falta de coesão territorial existente no país, com a maior concentração de municípios envelhecidos nas regiões do interior, e maior número de trabalhadores ativos nas zonas do litoral.