Região

Metade da CIMBSE em confinamento parcial

Escrito por Carina Fernandes

Metade dos concelhos da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) estão desde quarta-feira sujeitos a medidas especiais de confinamento para travar a pandemia da Covid-19. Belmonte, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Pinhel e Trancoso são sete dos 121 concelhos do país com restrições às movimentações de pessoas e ao funcionamento do comércio.

A lista foi divulgada no sábado pelo Governo e inclui os municípios onde se registaram 240 novos casos de Covid-19 acumulados por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, um critério adotado pelo Centro Europeu de Controlo das Doenças. Os seus habitantes têm o dever cívico de recolhimento domiciliário e passa a ser obrigatório o desfasamento de horários de trabalho quando não for possível recorrer ao teletrabalho. Já os estabelecimentos comerciais terão que encerrar às 22 horas – os restaurantes fecham até às 22h30 e só poderão ter um máximo de seis pessoas por mesa, salvo se do mesmo agregado familiar. As exceções são os “take away”, farmácias, consultórios e clínicas, funerárias, postos de abastecimento e “rent-a-car”. Caberá ainda às autarquias autorizar a realização das feiras e mercados de levante. A manutenção ou fim destas medidas será reavaliada quinzenalmente.

Para Carlos Chaves Monteiro (PSD), presidente da Câmara da Guarda, estas restrições de «caráter excecional e temporário» são «adequadas e proporcionais ao mal que se pretende acautelar» e «as circunstâncias que vivemos justificam-no», pelo que concorda com que o concelho seja abrangido pela decisão do Governo. Segundo o autarca, nos últimos dias o crescimento de novos casos de Covid-19 «não foi tão exponencial» como nas duas semanas anteriores, mas «a situação ainda não está controlada». O edil acrescenta que este confinamento parcial vem, «novamente, colocar a tónica na responsabilidade individual» e «alertar» que o comportamento das pessoas é «determinante» para a defesa da saúde. Chaves Monteiro adiantou também a O INTERIOR que a Câmara decidiu autorizar a realização das feiras e mercados «no cumprimento das regras e normas em vigor», tendo a feira quinzenal decorrido na quarta-feira.

Em Trancoso, Amílcar Salvador (PS) também concorda com a aplicação de restrições e disse esperar que «tenham algum efeito» no seu concelho, onde se registou um crescimento exponencial de infeções nas últimas semanas. «Entre 12 de abril e 27 de setembro não tivemos nenhum caso, mas no último mês houve esse crescimento abrupto», lamenta o autarca, acrescentando que desde quinta-feira estão a ser testados utentes e funcionários dos lares existentes no município. «Poderão aparecer mais casos positivos», receia, adiantando que a autarquia está também a intensificar uma campanha de sensibilização junto da população com um carro de som a circular pelas freguesias «a apelar ao cumprimento das regras da DGS».

Amílcar Salvador adianta que atualmente há surtos nas localidades de Granja, Moimentinha, Vila Franca das Naves e Castanheira, mas que as «situações mais preocupantes» vivem-se nos lares do Reboleiro, onde 37 utentes e seis trabalhadoras estão infetadas, e da Misericórdia de Trancoso, que tem duas funcionárias positivas e foram feitos mais testes na terça-feira. «O número de casos ativos aumentou significativamente nos últimos dias», lamenta o edil, para quem «se tivermos os cuidados recomendados conseguiremos controlar a evolução da pandemia». Também Trancoso decidiu autorizar a realização da feira semanal das sextas-feiras depois de ouvida a Comissão Municipal de Proteção Civil. «Haverá uma fiscalização mais apertada», acrescenta.

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