Os medenses vão passar a ter transportes para ir à Guarda e voltar no mesmo dia através de uma parceria intermunicipal que envolve as Câmaras de Vila Nova de Foz Côa, Mêda, Trancoso Celorico da Beira e Guarda, no âmbito da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), e que deverá ser posta em prática em breve.
A solução foi revelada, em primeira mão, a O INTERIOR por João Mourato, presidente da Câmara da Mêda (ver entrevista nesta edição). «Estes municípios juntaram-se e conseguiram uma coisa importante que era simples e óbvia: criar um circuito de transporte público de passageiros de Foz Côa até à Guarda, e vice-versa. É um projeto que facilita a vida das pessoas, que podem ir apanhar o comboio a Celorico da Beira, quando reabrir a Linha da Beira Alta, ir a consultas à Guarda ou a repartições públicas», exemplifica o edil. O serviço vai funcionar com um autocarro que ligará Vila Nova de Foz Côa à sede do distrito e que regressará ao final do dia. «Vai arrancar numa fase experimental com saída de Foz Côa e paragens na Mêda, Trancoso, Vila Franca das Naves, Celorico da Beira e Guarda, fazendo o percurso inverso à tarde. Será uma espécie de “expresso” a nível regional que não poderá parar em todas as estações por uma questão de gestão do tempo. Por exemplo, um habitante do concelho da Mêda terá que vir à cidade apanhar o autocarro», acrescenta o autarca.
João Mourato revela que o projeto vai «custar pouco» à Câmara, «cerca de 2.000 euros por mês», sendo que casa município pagará «um valor correspondente ao seu território». Além disso, vão ser cobrados bilhetes aos utilizadores, «mas será pouco», garante o presidente medense. Em fevereiro deste ano o município enviou uma moção às Comunidades Intermunicipais do Douro e das Beiras e Serra da Estrela a reivindicar que ambas ofereçam «serviços de transportes públicos essenciais regulares» à região. «É na Guarda que se encontram instalados os principais serviços públicos a que as populações recorrem no seu quotidiano, em diferentes áreas, como seja ao nível da educação (Instituto Politécnico da Guarda; escolas profissionais), saúde (Hospital Distrital, serviços de diagnóstico e terapêutica), Proteção Civil e Segurança (PSP; GNR) ou outros serviços desconcentrados do Estado, como do Centro Distrital de Segurança Social, do Instituto de Emprego e Formação Profissional, entre outros», justificava-se no documento a que O INTERIOR teve acesso.
Na altura, César Figueiredo, vice-presidente da Câmara medense, adiantou que com esta moção «queremos pressionar os órgãos competentes, mas também que as pessoas tenham a perceção que a Câmara fará tudo, mesmo que isso implique um esforço financeiro, para que os nossos residentes tenham acesso a esta mobilidade». «Tendo em conta que o território em referência se integra em Comunidades Intermunicipais distintas, as quais têm responsabilidades em matéria de transportes e acessibilidades, deverão as mesmas encetar esforços conjuntos com os municípios envolvidos no sentido de dotar esta região de serviços de transportes públicos essenciais regulares», exigia a Câmara da Mêda.