Região

Mêda entra em 2019 sem novo orçamento

Presidente Anselmo Sousa está a «dialogar com calma» com a oposição, mas por enquanto vai ter que gerir o município com o orçamento de 2018

Ainda não há orçamento para 2019 na Câmara da Mêda, a única autarquia da região que não aprovou os documentos previsionais até ao final do ano.
Depois do chumbo registado no início de novembro, o presidente do município não apresentou nova proposta ao executivo, onde os socialistas estão em minoria, mas adiantou a O INTERIOR que «o documento pode ser aprovado a qualquer momento». Anselmo Sousa diz estar a «dialogar com calma» com a oposição, tendo em conta que os dois eleitos do CDS-PP e o vereador do PSD votaram contra a primeira versão dos documentos previsionais para o próximo ano, com uma dotação de cerca de 12 milhões de euros. O edil deixa a garantia de que «todos os elementos querem o melhor para o concelho» e que por isso está aberto a «ouvir e aceitar as melhores propostas». Por agora, com o novo ano a arrancar, o município vai funcionar com o orçamento de 2018 e Anselmo Sousa desvaloriza o impasse: «Não vale a pena fazer grande alarido», afirma.
«Se não aprovarmos o orçamento não vem mal nenhum ao mundo», acrescenta o autarca do PS, que cumpre o segundo mandato, sublinhando que «pode-se fazer um excelente trabalho sem orçamento». A manter-se a situação, Anselmo Sousa adianta que algumas das obras previstas para o novo ano «têm já rúbricas abertas» e no caso de novos investimentos que possam surgir bastará fazer «uma alteração em sede de revisão do orçamento». Na sua opinião, «se for de interesse para o concelho os restantes vereadores não se irão opor», mas refere que este não é um cenário que quer.
Mais do que viabilizar o orçamento, o vereador do CDS espera que as «conversações sirvam para encontrar os pilares dos próximos três anos». Apesar de continuar aberto ao diálogo, César Figueiredo avisa que no início do novo ano «será tomada uma posição definitiva», pois «se não houver um encontro de ideias entre o PS e as forças da oposição o orçamento não será aprovado», colocando tudo «nas mãos do presidente». O CDS pede, por isso, «linhas mestras para o futuro da Mêda» e com isso César Figueiredo refere-se «à incapacidade socialista para pôr um travão na perda de serviços importantes para a população nas áreas da justiça, saúde e educação».
Também o investimento privado é colocado como prioridade, sendo que para isso «é preciso uma zona industrial capaz de albergar firmas e empresas e ciar emprego». Para o vereador centrista, só assim «conseguimos fixar população». César Figueiredo avisa ainda que não é tempo de «gastar dinheiro em situações que não têm retorno» e que é preciso «ir ao encontro das necessidades do concelho» elencando ainda o turismo e uma agricultura «forte». O INTERIOR contactou também o único eleito do PSD, Aires Amaral, que voltou a remeter qualquer comentário sobre o impasse para mais tarde. «Estou a aguardar, pois por enquanto não está prevista uma data para a discussão do orçamento da Câmara», disse o social-democrata.

Sobre o autor

Ana Eugénia Inácio

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