Os níveis de armazenamento de água nas barragens da região continuam a baixar enquanto as previsões de ausência de precipitação, nos próximos meses, estão a preocupar as autarquias quanto ao abastecimento às populações. A seca extrema já se sente nos vários concelhos do distrito.
Na barragem de Ranhados, que abastece os municípios de Mêda e Vila Nova de Foz Côa, a capacidade ronda os 58 por cento e já fez soar os alarmes. João Mourato, presidente da Câmara da Mêda, antecipa «muitas dificuldades» no abastecimento às populações e sublinha que será necessário tomar medidas para combater a escassez de água, «uma vez que não se prevê pluviosidade nos próximos tempos e isso vai acarretar ainda mais dificuldades neste Verão que está a ser muito seco e com temperaturas muito elevadas». O autarca medense adianta que «já fechámos a piscina mais pequena, estando a funcionar uma única nas piscinas municipais» e acrescenta que «não há hipótese de regar os jardins nem as rotundas para acudir à situação mais gravosa – a alimentação e os animais».
João Mourato refere ainda que foram abertos furos artesianos «que estavam desaproveitados» e colocados sistemas de bombeamento de água para «tentar aguentar a situação». Entretanto, o autarca avisa: «Se houver um aumento do consumo de água, temos de a fechar porque não temos. Nem a Câmara nem ninguém pode decretar que chova», sentencia o edil da Mêda que está preocupado com a falta de água nas barragens. Também o concelho vizinho de Foz Côa está a adotar medidas de contenção dado os «níveis críticos» de Ranhados que podem implicar «já em meados de setembro» não haver condições para o abastecimento público. Quem o diz é João Paulo Sousa, autarca fozcoense, alarmado com as previsões de ausência de chuva em quantidade suficiente «até fevereiro do próximo ano para recuperar a albufeira de Ranhados».
O presidente do município confirma que a Câmara está a atuar «juntamente com as populações a ver se conseguimos adiar esta situação, para não chegarmos a setembro e não haver água». O foco é o abastecimento doméstico. «Nesta altura devíamos estar a consumir, a nível nacional, 200 litros de água por pessoa. Foz Côa está a consumir bastante mais», exemplifica. «Tudo o que tem a ver com os jardins e gastos municipais reduzimos para zero. Quanto às piscinas da cidade, estamos a equacionar se teremos de fechá-las definitivamente ou não», adianta o presidente do município, que apela aos residentes e emigrantes para que não façam «lavagens de carros e de pátios» e usem a água «apenas para o essencial e de forma racional».
Mêda e Foz Côa em alerta com previsão de falta de água em setembro
Autarquias já estão a adotar medidas para reduzir os consumos e a apelar à população que use a água apenas «para o essencial»