O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma do Governo que reduz as taxas de portagens em várias autoestradas do interior do país e Algarve a partir do próximo ano, entre elas a A23 e A25.
«O Presidente da República promulgou o diploma do Governo que procede à criação de um regime de redução no valor das taxas de portagens cobradas aos utilizadores nos lanços e sublanços das autoestradas dos territórios do interior do país ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança», lê-se num comunicado publicado este domingo na página oficial da Presidência da República. A medida foi aprovada em Conselho de Ministros no passado dia 28 de setembro e garante uma redução de 30 por cento aos veículos de classe 1 nas portagens das ex-SCUT (Sem Custos para o Utilizador), entre as quais a A22, A23, A24 e A25, a partir de janeiro.
O Governo decidiu integrar nestes descontos a A4, a A13 e a A13-1, que nunca foram SCUT, para as colocar «em pé de igualdade com as outras vias» porque, «quando foi aprovado o desconto de 50 por cento, essas vias ainda não existiam, portanto não tinham até agora o mesmo tratamento que as outras», justificou na altura a ministra Ana Abrunhosa. Considerando os valores base de 2011, quando as ex-SCUT começaram a ser portajadas, a titular da pasta da Coesão Territorial indicou que estes descontos representam uma redução de «50 para 65 por cento». A decisão pretende repor «justiça territorial» no interior, acrescentou a governante.
Fonte do Ministério da Coesão Territorial clarificou que o desconto de 30 por cento aplica-se aos veículos ligeiros de passageiros (classe 1) e que as viaturas das restantes classes, como veículos pesados de passageiros e de mercadorias, vão beneficiar de um desconto de 13 por cento no período diurno, mantendo-se os valores atuais no período noturno. A mesma fonte oficial justificou que o desconto maior se aplica à classe 1 por ser a que mais afeta as famílias. Esta medida representa uma despesa anual para o Estado de cerca de 72 milhões de euros, revelou na altura o ministro das Infraestruturas, João Galamba.
A ministra da Coesão Territorial sublinhou, por sua vez, que estes descontos são uma «medida de caráter excecional», que o Governo não pretende alargar a outras vias, reafirmando que se trata de uma questão de «justiça territorial» porque, naqueles territórios «as pessoas muitas vezes não têm vias alternativas nem transportes públicos coletivos». Entretanto, ficou a saber-se que o Imposto Único de Circulação (IUC) deve subir a partir do próximo ano para os carros com matrícula anterior a 2007. A notícia foi adiantada pelo Eco, que acrescenta que esta será uma forma de compensar o custo de 72,4 milhões de euros que resultará da redução das portagens do interior e do Algarve.
Este desconto nas portagens das ex-SCUT foi anunciado no passado de setembro em Conselho de Ministros e na altura João Galamba esclareceu que o Governo estaria a preparar uma medida compensatória. «O objetivo principal é assegurar a neutralidade financeira e isso está garantido, mas, a seu tempo, a forma concreta de financiar a medida será conhecida», afirmou o governante. O IUC já foi atualizado este ano em 4 por cento e estará a caminho um novo agravamento no Orçamento do Estado para 2024 com foco nos carros antigos. Até agora, o imposto era mais baixo para estes veículos do que os aplicados a viaturas matriculadas depois de 2017. Exemplifica o Eco que, por exemplo, um carro antigo (até 2007) a gasolina, com uma cilindrada de 1.400 m3, paga anualmente entre 17 e 60 euros e que o mesmo carro, se matriculado depois de 2007, terá de pagar um valor acima de 100 euros.
Marcelo promulga desconto de 30 por cento nas portagens
Medida entra em vigor em janeiro mas só para os veículos de classe 1 por ser a que mais afeta as famílias, justifica o Governo