Região

«Incubadora de empresas é sinal que Trancoso não parou no tempo»

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Escrito por Luís Martins

Trancoso Invest abriu portas na sexta-feira com espaços de coworking, gabinetes com capacidade para 45 postos de trabalho e salas de reuniões

A incubadora de empresas Trancoso Invest é um espaço «moderno, diferenciador, de valor elevado e acrescentado», que vai apoiar o desenvolvimento das PME do concelho e «contrariar as tendências regressivas típicas dos territórios de baixa densidade». Foi assim que Amílcar Salvador, presidente do município, caracterizou o equipamento inaugurado na sexta-feira, após a abertura da 750ª Feira de São Bartolomeu.
O objetivo é «apoiar a inovação, o empreendedorismo, incentivar a criação de empresas e captar novos investimentos para Trancoso», acrescentou o autarca. A Trancoso Invest ocupa o edifício do antigo posto da GNR, no centro histórico da “cidade de Bandarra”, e disponibiliza espaços de coworking, gabinetes com capacidade para 45 postos de trabalho e salas de reuniões. As instalações e serviços da incubadora serão gratuitas nos primeiros três anos, estando já em consulta pública o projeto de regulamento do espaço. O empreendimento resulta de um investimento de 650 mil euros, comparticipados em 85 por cento por fundos comunitários no âmbito do Plano de Ação e Reabilitação Urbana (PARU). Para Amílcar Salvador, esta obra é o exemplo de que Trancoso «não parou no tempo, continua a crescer a desenvolver-se».
De resto, após a cerimónia inaugural, o município homenageou as cinco maiores empresas no ranking das 50 maiores empresas do distrito da Guarda, que «asseguram 396 postos de trabalho e faturam qualquer coisa como 78,5 milhões de euros, disse. Na ocasião foram também distinguidas onze empresas com estatuto PME Líder, que empregam 219 pessoas e faturam cerca de 25 milhões de euros. «Estas 16 empresas têm mais de 600 trabalhadores, faturam mais de 100 milhões de euros e pagam os seus impostos no concelho. Somos o terceiro concelho com mais empresas PME Líder no distrito, logo a seguir à Guarda e a Seia», enalteceu o edil trancosense.
Para Amílcar Salvador, estes dados e a abertura da incubadora de empresas provam que «o interior não passa de um preconceito provinciano que habita apenas na cabeça de alguns, que serve de desculpa para a inércia de outros e de miopia política para muitos. O interior não é um fardo, mas sim uma enorme janela de oportunidades». Um otimismo partilhado pela presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC): «Há duas atitudes que se podem ter neste interior. Uma é entrar no fatalismo, na desgraça; outra é esta atitude de procurar inverter este ritmo. Todos sabemos que uma das maneiras de transformar estes territórios é atrair pessoas, investimento, é criar riqueza, emprego. Este edifício vai exatamente de encontro ao combate ao fatalismo, ao apoio às oportunidades». Isabel Damasceno afirmou mesmo que «não é fácil encontrar na região Centro algo com esta qualidade, isto é realmente do melhor que há».
Já o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel, sublinhou que é com projetos como o da incubadora de empresas que se pode contrariar a perda de população. «Este concelho perdeu 1.400 habitantes entre 2011 e 2021. Nenhum de nós tem uma receita que se aplique para alterar estas circunstâncias. Uma coisa é certa: sem haver emprego dificilmente as pessoas se fixam, escolhem esta localidade para aqui viverem», disse, revelando que, no final de julho, Trancoso tinha executado 81 por cento dos 3,6 milhões de euros contratualizados com a CCDRC no PT2020. O governante indicou ainda que atualmente a Câmara Municipal tem uma capacidade de endividamento «de 13,2 milhões de euros, e só utiliza 40 por cento, ou seja 5,7 milhões, tendo disponíveis 7,5 milhões para investir. Isto significa que Trancoso tem condições financeiras para enfrentar o futuro». A Feira de São Bartolomeu prossegue entretanto e termina este domingo.

 

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