Região

Hospitais da Guarda e Cova da Beira deixam de fazer cirurgias ao cancro da mama

Escrito por Efigénia Marques

Sete Unidades Locais de Saúde (ULS) vão deixar de fazer cirurgias ao cancro da mama a partir de abril. A decisão é da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que considera que deve «restringir-se o tratamento cirúrgico do cancro da mama a instituições que realizem pelo menos cem cirurgias por ano e tenham pelo menos dois cirurgiões dedicados».
O objetivo do SNS é garantir que as intervenções sejam feitas num conjunto mais restrito de hospitais que confiram «experiência, qualidade e segurança de forma a trazer equidade às utentes». Das 13 Unidades Locais de Saúde avaliadas sete fecham o serviço, entre elas as da Guarda, Cova da Beira e Castelo Branco cujos utentes vão ser encaminhados para a ULS de Coimbra ou para o Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Fonte do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa contra o Cancro disse a O INTERIOR que «a medida não afeta diretamente as utentes da região, uma vez que as cirurgias já não eram feitas no distrito da Guarda, mas pode afetar indiretamente, prolongando o tempo de espera destas cirurgias».
Apesar das tentativas, não foi possível contactar até ao fecho desta edição a direção clínica da ULS da Guarda. Já o presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro interroga-se «porque é que nesta região não foi deixado um hospital com estes serviços a operar?», aludindo às ULS da Guarda, Cova da Beira e Castelo Branco. Vítor Rodrigues concorda que o cancro da mama tem de ser tratado «em unidades de saúde multidisciplinares, com experiência e competência – ou seja, com qualidade do ponto de vista científico –, mas defende que «as populações deveriam ter estes serviços disseminados até para que não haja demoras de tratamento, porque a luta contra o cancro ganha-se com a qualidade do tratamento, pelo tratamento atempado e o diagnóstico precoce». Por isso, Vítor Rodrigues conclui que a «acessibilidade geográfica consegue-se pela proximidade e a temporalidade ganha-se com serviços disponíveis, que não tenham filas de espera». Na sua opinião, «temos uma situação teórica e científica correta, mas temos situações práticas para resolver», disse o presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

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Efigénia Marques

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