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Freguesia de Santa Maria com eleições intercalares a 29 de maio

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Escrito por Efigénia Marques

Maioria independente que venceu em setembro de 2021 renunciou por, alegadamente, não haver consenso entre as demais forças políticas eleitas para a Junta

A freguesia de Santa Maria, no concelho de Manteigas, vai de novo a votos no dia 29 de maio após a renúncia dos eleitos do movimento independente “Manteigas 2030”, que foi a lista mais votada nas autárquicas de 2021. A decisão foi publicada na passada quinta feira, no “Diário da República”.
Em setembro último, a lista liderada por José Manuel Carvalho ganhou as eleições naquela freguesia urbana com 382 votos (40,13 por cento e quatro mandatos), enquanto o PPD/PSD obteve 265 votos (27,84 por cento e três mandatos) e o PS conseguiu 260 votos (27,31 por cento e dois mandatos). Ou seja, o movimento “Manteigas 2030” obteve uma maioria relativa e necessitava de fazer alianças para governar. Segundo o presidente da Junta eleito, desde então a vida dos independentes não foi facilitada pelos opositores, que fizeram «uma maioria negativa e não conseguimos formar o executivo, porque eles eram cinco e nós nem conseguimos eleger. Fizemos propostas que não foram aceites. Eles queriam forçosamente que eu aceitasse no executivo um “Manteigas 2030” (presidente), um PS e um PSD».
José Manuel Carvalho acrescenta que «tentamos negociar, fizemos três propostas, mas eles não aceitaram». Recusada foi também a sugestão dos independentes terem dois elementos no executivo, enquanto socialistas e sociais-democratas teriam um. «Nós não podíamos deliberar nada, nem nos podíamos representar. Não pudemos celebrar o Dia da Freguesia, a 8 de dezembro, porque a lei não nos permite gastar dinheiro nem fazer nada, estivemos a governar em duodécimos», lamenta o independente. Adelaide Salvado, eleita pelo PS e membro do executivo anterior, confirma grande parte da versão de José Manuel Carvalho, mas desmente ter havido «abertura» por parte do presidente eleito pelo “Manteigas 2030”. «O PS e o PSD fizeram uma proposta em conjunto que seria um eleito de cada partido. Eles não tinham a maioria e não aceitaram as nossas propostas», refere.
«O movimento “Manteigas 2030” precisava de uma coligação com alguém e propôs-me isso, mas eu não estava muito de acordo em aliar-me com independentes», justifica a socialista, segundo a qual «não houve uma coligação negativa» na Junta de Santa Maria. «O presidente eleito não quis aceitar propostas de mais ninguém a não ser as suas. Não deu abertura nenhuma, não deu possibilidade a ninguém de apresentar mais propostas», contrapõe Adelaide Salvado, que não se recandidatará às eleições intercalares. Para o social-democrata Pedro Tiago, reitera que «a proposta que fizemos de ficar um de cada partido, como já tinha acontecido noutras freguesias de Manteigas em anos anteriores, não foi aceite». O eleito sublinha que o independente «só apresentou membros dele e disse logo que não queria nada com o PSD, foi perentório. A senhora do PS também disse que não queria ir sozinha com ele, pelo que fomos falando com o PS». Pedro Tiago afirma que José Manuel Carvalho foi «intransigente ao dizer “os meus é que são bons”».
Os candidatos do movimento “Manteigas 2030” e do PSD vão recandidatar-se às eleições de 29 de maio.

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Efigénia Marques

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