Região

Faltam condições na praça do Fundão

Localizada num edifício aparentemente moderno, nas imediações do Centro de Negócios, a Praça Municipal não oferece condições «dignas», queixam-se os utilizadores.

Numa altura em que a Câmara do Fundão fala em «era dourada da agricultura» no concelho, há também quem se queixe do atual estado da praça municipal, que deveria ser uma das principais montras dos produtos produzidos no município.
Para além das inúmeras lojas fechadas no edifício, que dão uma «ideia de abandono», atualmente não é «um espaço digno nem atrativo para quem vende, nem para quem compra», refere umas das clientes, Glória Canavilhas. Os produtos hortícolas são vendidos numa cave «sem luz, sem ventilação e com temperaturas extremas de verão e de inverno, o que não é bom para o conforto das pessoas e para a qualidades dos alimentos», refere a fundanense. Esta é uma situação que a munícipe diz já ter comunicado ao presidente da autarquia, Paulo Fernandes, «mas é um assunto que tem sido protelado e continuamos a aguardar sem que nada seja feito». Para Glória Canavilhas, é necessária «uma praça digna para vender e comprar», sendo que o atual acesso também «é péssimo». «Temos de nos deslocar para baixo e para cima», lamenta. «Temos espaços devolutos» e, em vez disso, as lojas nos pisos mais acima estão vazias «e deveriam ser ocupadas de oura forma», sugere a utilizadora.
Também a vereação socialista fala de «um desconforto muito grande do piso -1», onde se encontram os vendedores de produtos hortícolas. Para além de questões de segurança, Joana Bento fala em «falta de condições para vender produtos que até deveriam estar no topo, num espaço mais agradável». Embora recentemente tenha havido alguma intervenção no espaço, tratou-se apenas uma questão de «maquilhagem». Apesar de reconhecer que os vendedores «estão melhor» do que quando os produtos agrícolas eram vendidos na rua, a vereadora socialista considera que «este também não é um espaço que dignifique os produtores, que também pagam para o utilizar».
Contudo, o caso da Praça Municipal ainda não foi levado a reunião do executivo porque a oposição quer levar «uma proposta efetiva que dignifique vendedores e clientes e por isso estamos a trabalhar numa proposta diferenciadora», justifica Joana Bento.
Entretanto, a eleita socialista adianta que já foi sugerido «isentar os comerciantes das taxas de utilização, por não estarem nas melhores condições», mas a proposta não foi aceite, preferindo a autarquia «analisar caso a caso». Para Joana Bento esta situação revela «uma contradição» relativamente à “era dourada” referida por Paulo Fernandes: «Até pode existir, mas o espaço da praça não revela essa aposta se os produtores estão numa cava e a promoção não existe», critica. A socialista denuncia ainda o que acontece com a cereja, umas das imagens de marca do Fundão, cuja venda «é afastada do centro da cidade e colocam os produtores à entrada e à saída do concelho». Uma decisão que Joana Bento considera «contraditória» quando a estratégia «deveria ser levar as pessoas para o centro».
Apesar dos vários contactos não foi possível obter um comentário por parte da Câmara Municipal do Fundão.

Sobre o autor

Ana Eugénia Inácio

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