O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol deu esta segunda-feira, em Madrid, um parecer negativo ao pedido de autorização para a construção da fábrica de concentrados de urânio em Retortillo (Salamanca), perto da fronteira portuguesa de Vilar Formoso.
O argumento para o parecer “desfavorável” ao projeto da empresa Berkeley Minera Espanha deve-se à «baixa fiabilidade e nas elevadas incertezas das análises de segurança da instalação radioativa em relação aos aspetos geotécnicos e hidrogeológicos».
As avaliações realizadas sobre a documentação que acompanha o pedido de autorização da instalação também detetaram «numerosas deficiências ao longo da avaliação». O parecer técnico será agora submetido ao Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico espanhol, que irá tomar a decisão final sobre a matéria.
Em 2015, a empresa obteve a autorização para uma instalação radioativa de primeira categoria do ciclo do combustível, válida até setembro do ano passado. No entanto, a decisão final estava pendente do relatório da CSN, que informou no início deste ano ter recebido pressões da Berkeley com o envio de várias cartas por gestores da entidade e membros do Governo de Castela e Leão, assim como vários investidores.
Ambientalistas portugueses e espanhóis têm-se manifestado contra a instalação da mina de urânio em Retortillo, a cerca de 30 quilómetros da fronteira de Vilar Formoso.