Região

Distribuídas mais de 125 toneladas de alimentação animal na Serra da Estrela

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Escrito por Efigénia Marques

A associação “Guardiões da Serra da Estrela” foi das primeiras a ir para o terreno ajudar os produtores afetados pelo grande incêndio de agosto.
Em declarações a O INTERIOR, Manuel Franco, presidente daquela organização, adiantou que se avizinham «tempos difíceis» na região, pois «têm de acontecer intervenções urgentes nos próximos meses, mas sem deixar de lado a questão da pressão para que os organismos públicos e a sociedade alterem a visão que têm da Serra da Estrela e mudem a estratégia e os apoios para a sua gestão porque senão continuaremos a cair no mesmo ciclo». O dirigente avisa que nos próximos tempos vão surgir novos problemas, nomeadamente a «contaminação das linhas de água e das bacias hidrográficas fundamentais, não apenas para a comunidade local, mas também para grande parte do território nacional», sendo por isso necessário «repensar o ordenamento deste território, a sua vocação e financiamento para que possa, de uma vez por todas, reencontrar a partir das comunidades locais os equilíbrios e a sustentabilidade que outrora já teve».
Quanto ao apoio prestado aos agricultores e pastores, Manuel Franco revela terem já sido distribuídas «para cima de 125 toneladas de alimentação animal e repostas as canalizações de abastecimento e de rega aos pastores que vivem em situações mais isoladas». Os “Guardiões da Serra da Estrela” estão também a acompanhar a execução dos apoios estatais, cumprindo «o nosso sonho de que nenhum pastor ou agricultor tenha que desistir da sua atividade ou animal por causa da falta de alimentos ou de apoio», acrescenta. Atualmente, a associação presta apoio em 19 freguesias dos seis concelhos mais afectados da serra, mas «há localidades com maior concentração de animais e, portanto, com maior necessidade de ajuda imediata e comunidades mais isoladas que também precisam de mais apoio. Neste momento já identificámos mais de cinco mil animais», acrescenta Manuel Franco, num trabalho que tem sido realizado em regime de «total voluntariado» e só é possível graças à «boa vontade e dedicação» de quem ficou sensibilizado com a causa, doando géneros, dinheiro e o próprio tempo.

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Efigénia Marques

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