Região

CDOS da Guarda passa a ser das Beiras e Serra da Estrela

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Escrito por Efigénia Marques

Com esta alteração, corporações da Covilhã, Belmonte e Fundão juntam-se aos bombeiros do distrito da Guarda, enquanto os voluntários de Aguiar da Beira transitam para Viseu Dão Lafões e Vila Nova de Foz Côa passam a colaborar na Comunidade Intermunicipal do Douro

Desde o início do ano que os 18 Comandos Distritais de Operações e Socorro (CDOS) terminaram e deram lugar a 24 comandos sub-regionais de Emergência e Proteção Civil previstos na lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que entrou em vigor em abril de 2019.
O CDOS da Guarda passa então a ser o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela. Com estas mudanças os comandos de bombeiros da Covilhã, Belmonte e Fundão juntam-se aos bombeiros do distrito da Guarda, à exceção de Aguiar da Beira que transita para Viseu Dão Lafões e Vila Nova de Foz Côa, que passa a colaborar com a Comunidade Intermunicipal do Douro. Numa entrevista recente à Lusa, a secretária de Estado da Proteção Civil considerou que esta nova forma de trabalhar da Proteção Civil vai permitir um sistema «mais próximo dos territórios e das pessoas», bem como das autarquias. Patrícia Gaspar acrescentou que o que era feito até agora nos CDOS é «exatamente o mesmo que vai ser feito nos novos comandos sub-regionais». No entanto, admitiu que vão existir «algumas diferenças», nomeadamente nos concelhos cujas comunidades intermunicipais englobam diferentes distritos, como é o caso dos comandos de bombeiros de Belmonte, Covilhã e Fundão que pertencem ao distrito de Castelo Branco.
Para António Fonseca, agora comandante do comando sub-regional das Beiras e Serra da Estrela, «a alteração não é significativa, apenas temos esta alteração territorial. Mas em termos de procedimentos, de mobilização de meios e do trilho operacional, mantém-se tudo na mesma». Apesar desta ser uma decisão do Governo, «e nós apenas temos de acartar», esta alteração tem como principal objetivo «aproximar mais a estrutura dos comandos sub-regionais com as comunidades intermunicipais», assinala o responsável regional.
O INTERIOR falou com os comandantes de Belmonte e Covilhã e ambos garantem «que em nada o serviço prestado às populações vai ser afetado», porque «quem conhece o mundo dos bombeiros sabe que se adapta a tudo e a todos», justifica João Carvalho, comandante dos voluntários de Belmonte. «Temos estado ao longo dos anos preparados para coisas novas que possam acontecer», recorda. «Contra a lei a gente não pode ir, mas é claro que nesta fase inicial nos vai criar algumas incertezas, mas como estamos próximos da Guarda já trabalhávamos com o comando sub-regional das Beiras e Serra da Estrela. É tudo uma questão de hábito e começarmos a trabalhar mais para a zona Norte», acrescenta. João Carvalho considera que «a única dificuldade» que poderá haver é «o conhecimento territorial, não só florestal, mas em terrenos de emergências, mas, como bons bombeiros, iremos nos adaptar», garante.
Luís Marques, comandante dos bombeiros da Covilhã, confirma que esta mudança causa «algum transtorno, principalmente nas grandes operações. Nas pequenas e no trabalho normal do dia-a-dia, que envolvem poucos meios e pouca coordenação de meios externos, a situação mantém-se. A minha única preocupação é que vamos ter de criar novas dinâmicas com novas equipas, com novos elementos e com novos corpos de bombeiros, mas penso que com o tempo iremos conseguir criar as novas dinâmicas que nos permitam estar preparados para este cenário», exemplificou. Também o covilhanense acredita que o serviço será prestado com qualidade, «não acredito que haja comprometimento da prestação de socorro, haverá sim um período que teremos de nos adaptar à nova realidade». Os bombeiros da Covilhã têm um corpo ativo com 84 bombeiros e três equipas de primeira intervenção e «contamos que ainda no primeiro trimestre deste ano ter a quarta equipa de primeira intervenção», revelou Luís Marques.

 

Carina Fernandes

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Efigénia Marques

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