Região

Carlos Condesso pede ao Governo que «se decida» sobre troço Pocinho-Barca d’Alva

Linha Pocinho Barca De Alva
Escrito por Efigénia Marques

Requalificação desta ligação na Linha do Douro, até à fronteira espanhola, é reivindicada por autarcas e população

O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso, quer respostas do Governo quanto à requalificação do último troço da Linha do Douro, entre o Pocinho e Barca d’Alva, que está encerrado há 34 anos.
Apenas quando a linha estiver eletrificada e requalificada é que os comboios poderão circular novamente nesta via de 28 quilómetros. A reabertura da linha é, há muito, reivindicada por autarcas, instituições e população. Carlos Condesso quer respostas do Governo e decisões tomadas rapidamente: «O que queremos saber é, de uma vez por todas, se o Governo vai ou não fazer a reabilitação. Se o Governo não a fizer, temos que esquecer e partir para outras opções para fazer investimentos nos edifícios da estação de comboios de Barca d’Alva e ver o que é que fazemos à linha. Do lado espanhol há um projeto – a rota dos túneis – que está a dar frutos e é um sucesso enquanto nós estamos parados, à espera que nos digam se vão ou não reabilitar a linha», disse Carlos Condesso a O INTERIOR à margem das comemorações do feriado municipal, na passada quinta-feira, mas também na sua intervenção na sessão solene, em que marcou presença a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.
A Linha do Douro estende-se por 191 quilómetros, começa em Ermesinde, no Porto, e termina em Barca d’Alva, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, e está eletrificada até Marco de Canaveses. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e a Infraestruturas de Portugal concluíram recentemente um estudo técnico para perceber quais são as necessidades deste troço ferroviário. A conclusão é que será necessário um investimento de 75 milhões de euros (59 milhões destinados apenas à obra e o restante para «estudos, projetos, fiscalização e estaleiro», segundo Carlos Condesso).
Para o caso do Governo não avançar com esta requalificação, o autarca figueirense já tem possíveis alternativa, nomeadamente a inclusão dos edifícios da antiga estação de caminhos de ferro de Barca d’Alva no programa REVIVE «para se criar um hotel, um restaurante… Na linha é possível fazer muita coisa, mas o que importa neste momento é saber se o comboio vai para a linha ou se ficamos a ver passar os comboios», ironizou. Carlos Condesso sublinhou que «o património natural e paisagístico está lá, uma vez que é uma região de excelência turística, mas não está aproveitada». E acrescentou: «Com todos os fundos comunitários que já vieram para o país e para a região, com o esforço de todos os autarcas e de todos os políticos da região, há uma coisa que tenho a certeza, é que estamos cada vez mais pobres e mais despovoados».

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Efigénia Marques

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