Região

Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo com 9 milhões de dívida

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Escrito por Efigénia Marques

Valor diz respeito a empréstimos bancários e foi apurado pela auditoria encomendada
pelo social-democrata Carlos Condesso no início do mandato

O município de Figueira de Castelo Rodrigo tem uma dívida de 9 milhões de euros. O valor foi apurado numa auditoria às contas da autarquia mandada fazer no início do mandato por Carlos Condesso, que sucedeu na presidência da Câmara ao socialista Paulo Langrouva.
O relatório foi apresentado na última Assembleia Municipal, realizada em abril, cujos deputados ficaram a conhecer a situação financeira da edilidade e deixou o autarca social-democrata «muito preocupado». Isto porque «a dívida, com compromisso da dívida, ultrapassa os 9 milhões de euros, o que não nos permite lançar, como queríamos, muitos projetos estruturantes para o concelho neste mandato», disse a O INTERIOR Carlos Condesso. O edil garante que o município não se encontra numa situação «de saneamento ou de reequilíbrio financeiro», mas ter este compromisso, que resulta sobretudo de empréstimos bancários e da negociação com a Águas do Vale do Tejo, é «muito limitativo» para quem iniciou funções em outubro passado.
«Para a dimensão do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, que fica no interior raiano, com uma população maioritariamente envelhecida e receitas próprias quase nulas, esta situação coloca-nos algumas dificuldades para trabalhar», admite o autarca, que se compromete a «tentar resolver os problemas sem nunca aumentar o endividamento» da Câmara. «Vamos e temos estado a honrar os nossos compromissos. Já injetámos muito dinheiro na economia local. Só num mês e meio pagámos mais de 2 milhões de euros a fornecedores locais por empreitadas ou fornecimentos», revela, acusando o seu antecessor de ter «empurrado com a barriga» estes pagamentos e algumas empreitadas. É o caso das piscinas municipais cobertas, que «estão fechadas há mais de três anos e onde estamos a investir agora cerca de 150 mil euros depois de ali se terem feito obras que não resolveram os problemas de infiltrações da estrutura do edifício. A nossa prioridade é reabrir este equipamento importantíssimo para os figueirenses», sublinha Carlos Condesso.
Contudo, o social-democrata prefere «arregaçar as mangas» em vez de se «queixar do passado» para lançar «alguns projetos» com os recursos da Câmara. Proximamente será também lançado o projeto da pedovia entre a vila e o convento de Santa Maria da Aguiar, e foi encomendado o projeto preliminar para estudar o melhor local para criar uma praia fluvial no concelho. «E estamos a terminar as obras que mais pareciam de Santa Engrácia, que pararam no tempo e que estão agora a avançar». O INTERIOR tentou contactar Paulo Langrouva sobre este assunto, mas sem sucesso até ao fecho desta edição.

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Efigénia Marques

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