Autarquia estima investir cerca de 60 mil euros por ano para ajudar criadores de ovinos e de bovinos do concelho
A Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo vai atribuir um apoio anual aos produtores de gado do concelho para fomentar a pecuária e atenuar os efeitos do aumento dos custos no setor.
«Queremos apoiar o setor pecuário e os nossos agricultores. Sendo nós um concelho orgulhosamente agrícola, vamos dar o nosso contributo, um complemento ao apoio que o Estado também já dá por cabeça de gado», adianta o presidente do município. Carlos Condesso justifica que, face à tradição do concelho neste setor e às dificuldades que os produtores estão a enfrentar, a Câmara decidiu ajudar. Em causa estão os efeitos da inflação, com o aumento dos preços das rações para os animais e de todos os produtos e bens que os produtores são obrigados a comprar para desenvolver a atividade.
A autarquia estima investir nesta área cerca de 60 mil euros por ano, sendo que, de acordo com os dados oficiais, no concelho figueirense há cerca de 16 mil cabeças de gado ovino de 150 produtores e 50 mil cabeças de gado bovino de 59 produtores. O Regulamento Municipal que estabelece as regras de atribuição deste apoio anual foi publicado em “Diário da República” na passada segunda-feira. O documento define um apoio de dez euros por cada animal bovino, três euros por cada ovino e caprino e ainda 3,50 euros por cada ovino da raça Churra da Terra Quente, que está praticamente extinta, mas poderá haver algum criador que tenha algum animal, refere o autarca.
Os apoios serão atribuídos mediante a apresentação de candidatura e o preenchimento de determinados requisitos. No regulamento, a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo realça que no município a atividade pecuária tem «significativa expressão» e assume a maior importância «na sustentabilidade da economia rural, na manutenção e preservação da paisagem rural», para além do papel essencial que representa na gestão do território. Por isso, o apoio à manutenção desta atividade «garante não só a qualidade do produto final, mas também a existência de produtores pecuários com condições de trabalho que assegurarão a continuidade de uma atividade económica importantíssima para o concelho».
Para Carlos Condesso, este apoio também pode ser uma forma de atrair jovens para o setor. «Queremos prender gente à terra. Queremos que os jovens olhem para a agricultura como forma de rendimento e se fixem no território e criem postos de trabalho», sublinha, recordando ainda que a fábrica Laticínios da Marofa, fechada há mais de uma década, vai retomar a atividade e que será necessário muito leite para a produção de queijo.