Câmara da Guarda pede «consumos regrados» e Almeida apoia criadores de gado

O presidente da Câmara da Guarda apela aos residentes e emigrantes que passam férias no concelho para que tenham «consumos regrados» de água, apesar da barragem do Caldeirão estar com bons níveis de armazenamento.
«A recomendação é que fechemos a torneira para não gastar água em demasia e, sempre que se use, reutilizá-la», recomenda Sérgio Costa, tendo em conta a situação de seca que se vive na região e no país. O edil diz que, por enquanto, a capacidade da barragem do Caldeirão, que abastece a cidade e o concelho, «está bem», mas avisa que «é expectável que daqui a poucas semanas possa baixar um pouco a sua cota» devido ao lançamento de caudal «que, possivelmente, vai ter que ser feito para os açudes de Celorico da Beira e Fornos de Algodres para abastecer as populações destes concelhos».
No município de Almeida a autarquia já está a criar condições para o fornecimento de água para os animais das explorações pecuárias do concelho. «Estamos a preparar alguns locais, onde há uma abundância maior de água, para os criadores poderem ir fazer o abeberamento dos seus animais», disse António José Machado, autarca almeidense, adiantando que os agricultores mais afetados vivem nas zonas de planalto «que estão mais secas» e onde os poços de água «não conseguem recuperar». De resto, o autarca admite que será necessário implementar «outras medidas» se a seca se mantiver, sublinhando que, por enquanto, o abastecimento público não está posto em causa: «A barragem do Côa, no Sabugal, está no limite de segurança, ainda podemos estar seguros, mas se as condições continuarem severas, como tem acontecido, pode haver necessidade de alertar a população para moderar o consumo, como temos feito todos os verões», reconhece o edil almeidense.
Consumos «eficientes» é o que tem pedido a empresa Águas Públicas da Serra da Estrela (APdSE), com sede em Seia e que abastece os municípios de Seia, Gouveia e Oliveira do Hospital, já no distrito de Coimbra. Para tal, lançou a campanha “Poupe água hoje para ter amanhã. Não gaste mais do que precisa” onde se apela aos consumidores para «poupar e reutilizar muito mais» a água. Algumas das recomendações são «duches rápidos, lavar os dentes ou as mãos com a torneira fechada, fazer meia descarga do autoclismo, usar as máquinas de lavar roupa e louça com a carga máxima, consertar fugas na canalização, não desperdiçar água durante a rega e não lavar os carros com a mangueira (optando pela utilização de um balde)».