Os Bombeiros Voluntários do Fundão (BVF) vão construir um novo quartel num investimento que rondará os três milhões de euros e deverá ser financiado em parte pelo “Portugal 2030”, através da CIM Beiras e Serra da Estrela. O edifício será construído na Quinta do Caranguejo, junto à variante ao Fundão, e pretende dar resposta à falta de espaço para os “soldados da paz” e equipamentos.
O projeto de arquitetura deste novo quartel tem cerca de 3000 metros quadrados de área de construção e destina-se a responder à falta de espaço do atual quartel. Carlos Jerónimo, presidente da direção da Associação Humanitária, adianta que o espaço foi construído em 1979, numa altura em que a corporação só tinha dois veículos. «Hoje já temos cerca de 65 veículos, muito mais bombeiros e cerca de 54 funcionários, portanto, temos um quartel que já não responde às necessidades atuais», afirma. O dirigente salienta ainda que a exigência da população também é diferente, pelo que «precisamos de condições físicas e tecnológicas para melhorar a prestação do nosso serviço».
O novo quartel será construído num terreno que foi adquirido pelos BVF por 260 mil euros, onde vão também nascer nove lotes urbanos para a construção de cerca de 260 apartamentos, estando a Associação Humanitária a estudar a hipótese de quatro lotes poderem ser cedidos ao IHRU (Instituto Nacional de Habitação e Reabilitação). Carlos Jerónimo explica que os nove lotes serão vendidos para ajudar a pagar o novo quartel e que esta hipótese «era algo que muito me agradaria», pois também iria ajudar a resolver a crise de habitação que se vive em Portugal e «também no Fundão».
Para além da ampliação do espaço, o futuro quartel vai ter novos equipamentos na área da proteção civil, uma sala de gestão de crise, dois hangares para o estacionamento das viaturas, um ginásio moderno e será também complementado com novas tecnologias ligadas à informação e comunicação do setor da proteção civil. Pensando na questão da sustentabilidade e eficiência energética, Carlos Jerónimo afirma que o espaço também terá equipamentos que vão permitir «reduzir os custos de funcionamento» e que terá três salas de formação «devidamente equipadas» para uma «formação eficiente e qualificada». «No fundo, estamos a falar de acompanhar os novos tempos, com um foco muito grande na questão da central de telecomunicações e da sala de gestão de crise» sublinha o presidente da direção.
Relativamente ao antigo quartel, Carlos Jerónimo admite que gostaria que o espaço continuasse na posse da Associação Humanitária, pois está «muito bem localizado e faz parte da nossa memória nestes últimos 45 anos». O projeto do futuro quartel está a ser elaborado pela “Plataforma Arquitectura” e o edifício está previsto ser inaugurado na celebração do centenário dos BVF, em 2027.
Sofia Caramelo